Rodrigo Prando, professor do Mackenzie, isso explica esse tipo de desânimo ao Estadão: “Veja o caso do ex-presidente. Embora condenado em primeira instância, ele continua livre e fazendo campanha pelo Brasil contra a própria Lava Jato. Isso é muito forte. A Lava Jato colocou empreiteiros na cadeia, mas não conseguiu que Lula se tornasse um indivíduo como outro qualquer e fosse preso.”
No fim das contas, podemos elencar dois motivos para o desânimo:
(1) a narrativa oportunista de setores do centro e da direita usando a tática do "todos são iguais", para distribuir inimigos em todos lugares e buscar capital político particular
(2) o fato de Lula estar solto
Em relação a esse segundo fator, já avisamos milhões de vezes por aqui que era inaceitável que Lula estivesse solto, principalmente num país onde Cunha e Odebrecht foram presos antes de terem suas sentenças decretadas. Ora, se o instituto da prisão preventiva existe para esses dois, porque não existe para o Lula?
Ao mesmo passo, a direita não faz análise. Faz torcida. Então não é raro ouvirmos gente dizendo: "o pessoal está aguardando o momento certo para prender o Lula". Certo. É o mesmo discurso de 2014, quando diziam que os adversários de Dilma "guardavam munição pro final". Não era análise. Era torcida.
O fato é que quanto mais insistirem em não decretar a prisão preventiva de Lula, mais o povo vai desanimar. Mas essa é a beleza da política: quase tudo em política é resultado de escolhas.
A arrogância de manter Lula solto tem um preço.
Não é raro ver pessoas dizendo que só vão botar fé na eficiência Lava Jato no dia em que Lula estiver preso. Se tudo estiver com cheiro de combinação política para mantê-lo solto visando sua candidatura, por que devo depositar esperança na operação?
Moro e os juízes do TRF-4 precisam de um pouco de pressão.
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