Cada vez mais a mainstream media anda dando espaço para Ilona Szabó destilar a narrativa de extrema esquerda sobre segurança pública. Como sempre, as pautas dessa senhora focam em coisas como redução de penas, desarmamento e tudo que interessa aos socialistas.
O jornal O Dia traz hoje (22/10) uma entrevista com a senhora Ilona Szabó, que costuma se apresentar como “especialista” em segurança pública. Ela é diretora do Instituto Igarapé (ONG financiado pela Open Society, do bilionário George Soros), que tem, dentre suas bandeiras, a luta pela legalização do tráfico de drogas e pelo “desencarceramento” (ou seja, a soltura em massa de criminosos já condenados, inclusive - e principalmente - traficantes).
Para quem não lembra, o instituto dirigido por Ilona “fechou com Freixo” nas últimas eleições para a prefeitura do Rio (veja abaixo uma imagem da propaganda eleitoral gratuita da coligação de Freixo com uma tal de Michelle, também diretora do Instituto Igarapé).
Na maior parte, a entrevista de Ilona é um mar de platitudes, do tipo “precisamos que as instituições do sistema de segurança pública e justiça criminal atuem de forma conjunta” (jura?).
Mas pelo menos um trecho causa espanto, mostrando a inacreditável falta do mais básico conhecimento sobre o tema por quem tem a coragem de se apresentar como “especialista”.
Depois de dizer que “o Brasil é o quarto maior encarcerador do planeta” (o que é uma inverdade; somos o 32º ou 34º, dependendo do critério utilizado), a senhora Ilona afirma que “o sistema prisional está lotado de pessoas presas em flagrante por crimes que poderiam ser punidos com penas alternativas.
Comentário é? Prisões LOTADAS POR PESSOAS PRESAS POR CRIMES QUE PODERIAM SER PUNIDOS COM PENAS ALTERNATIVAS?
Vejam os números oficiais do Ministério da Justiça.
Nada menos que UM QUARTO dos detentos de nosso sistema prisional foram presos por ROUBO (artigo 157 do Código Penal), a esmagadora maioria dos casos de roubo À MÃO ARMADA. É para eles que a “especialista” Ilona quer penas alternativas (cestas básicas, prestação de serviços à comunidade)?
Vamos adicionar então 3% (sempre de acordo com as informações oficiais do Ministério da Justiça) de LATROCÍNIO, que é o roubo do qual resulta a MORTE da vítima. Pena de cestas básicas aqui, dona Ilona?
Já estamos em 28%. Agora vamos acrescentar 13% de presos por FURTO (artigo 155 do Código Penal). No furto, é verdade, não há emprego de violência física ou de ameaça com armas, mas é bom destacar que, pela sempre leniente lei penal brasileira, NÃO HÁ HIPÓTESE de um réu primário ser condenado a pena de prisão por furto simples. É que o artigo 89 da Lei 9.099 prevê para casos assim a suspensão condicional DO PROCESSO (não é da pena, não; é DO PROCESSO mesmo - o réu sequer irá a julgamento!). A lei 9.099 é de 1995, mas eu apostaria dinheiro que a “especialista” Ilona não sabe sequer do que trata o artigo 89.
Isso significa que todos os réus que cumprem pena de prisão por furto simples são ladroes REINCIDENTES. Também não devem ser presos, dona Ilona? Só a partir do terceiro furto? Quarto? Oitavo?
Agora que já atingimos um total de 41% dos presos brasileiros, vamos incluir nessa conta os 28% condenados por TRÁFICO DE ENTORPECENTES. Desnecessário lembrar (a não ser para a “especialista” Ilona) que a imensa maioria desses traficantes integra facções criminosas fortemente armadas e extremamente perigosas (é duro ter que escrever sobre o óbvio). Quantos exatamente o Instituto Igarapé gostaria de “desencarcerar” através da concessão de penas alternativas?
Recapitulando: reunindo assaltantes, latrocidas, ladroes contumazes e traficantes já estamos em 69% dos presos brasileiros; e ainda não chegamos nos homicidas e nos estupradores!
Como é mesmo a frase da dona Ilona?
“O sistema prisional está LOTADO de pessoas presas POR CRIMES QUE PODERIAM SER PUNIDOS COM PENAS ALTERNATIVAS.”
Ela simplesmente NÃO SABE DO QUE ESTÁ FALANDO!
Diz a matéria jornalística que Ilona é “mestre em Estudos de Conflito e Paz (??!!) pela Universidade de Uppsala, na Suécia,e especialista em Desenvolvimento Internacional (?!) pela Universidade de Oslo, na Noruega.”
Ela deve entender muito sobre a questão da segurança pública... na Escandinávia.
Mas em se tratando de Brasil, o melhor comentário sobre os palpites de Ilona e seu Instituto Igarapé é aquele da antiga brincadeira infantil (“tá quente ou tá frio?”):
- Tá frio, dona Ilona!
(um frio escandinavo)
No fundo, Ilona sabe do que fala. Porém, ela sabe que está mentindo. E muito.
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