Indicador de vida extraterrestre é encontrado onde não há vida
Redação do Site Inovação Tecnológica -
Na Terra, o Freon-40 é formado por processos biológicos em organismos que vão dos fungos aos humanos, por isso era considerado um indicador promissor da presença de vida. [Imagem: Edith C. Fayolle et al. - 10.1038/s41550-017-0237-7]
Freon-40
Usando dados do radiotelescópio ALMA, no Chile, e da sonda espacial Rosetta, que recentemente visitou um cometa, uma equipe internacional de astrônomos detectou no espaço traços de um composto químico conhecido como freon-40 (CH3Cl).
O freon-40 foi localizado no cometa visitado pela Rosetta e ao redor de uma estrela que está dando origem a um sistema planetário - a estrela IRAS 16293-2422 está a cerca de 400 anos-luz de distância da Terra.
Mas, ao contrário do que acontece normalmente nesses casos, essa descoberta foi uma decepção. Mais especificamente, um balde de água fria para os astrônomos que buscam sinais de vida fora da Terra.
Berçários planetários
O freon-40 é formado por processos orgânicos na Terra, por isso vinha sendo considerado como um indicador promissor da presença de vida alienígena. Em razão disso, esse organo-halogênio saturado estava incluído na lista de compostos interessantes a serem procurados na atmosfera de exoplanetas, já que poderia indicar a presença de vida extraterrestre.
Como ele agora foi identificado em dois locais sem qualquer condição de existência de vida como a conhecemos, a conclusão é que a substância não é um marcador tão positivo de vida como se esperava.
Por outro lado, se não indicam a presença de vida, os organo-halogênios podem ser um elemento na química pouco compreendida envolvida na origem dos sistemas planetários.
"Encontrar freon-40 perto dessas estrelas jovens, parecidas com o Sol, foi surpreendente," disse Edith Fayolle, do Centro Harvard-Smithsoniano para Astrofísica. "Nós não previmos sua formação e ficamos surpresos de encontrá-lo em concentrações tão significativas. Agora ficou claro que essas moléculas se formam facilmente em berçários estelares, fornecendo informações importantes sobre a evolução química dos sistemas planetários."
Bibliografia:
Protostellar and Cometary Detections of Organohalogens
Edith C. Fayolle, Karin I. Öberg, Jes K. Jørgensen, Kathrin Altwegg, Hannah Calcutt, Holger S. P. Müller, Martin Rubin, Matthijs H. D. van der Wiel, Per Bjerkeli, Tyler L. Bourke, Audrey Coutens, Ewine F. van Dishoeck, Maria N. Drozdovskaya, Robin T. Garrod, Niels F. W. Ligterink, Magnus V. Persson, Susanne F. Wampfler, ROSINA Team
Nature Astronomy
Vol.: 1, 703-708
DOI: 10.1038/s41550-017-0237-7
Protostellar and Cometary Detections of Organohalogens
Edith C. Fayolle, Karin I. Öberg, Jes K. Jørgensen, Kathrin Altwegg, Hannah Calcutt, Holger S. P. Müller, Martin Rubin, Matthijs H. D. van der Wiel, Per Bjerkeli, Tyler L. Bourke, Audrey Coutens, Ewine F. van Dishoeck, Maria N. Drozdovskaya, Robin T. Garrod, Niels F. W. Ligterink, Magnus V. Persson, Susanne F. Wampfler, ROSINA Team
Nature Astronomy
Vol.: 1, 703-708
DOI: 10.1038/s41550-017-0237-7
Nenhum comentário:
Postar um comentário