Todas as mortes do caso Celso Daniel Além do ex-prefeito de Santo André, assassinado em janeiro de 2002, sete homens ligados ao caso morreram
O empresário Sérgio Gomes da Silva, o Sombra - 10/12/2003 (Jonne Roriz/Agência Estado/Dedoc)
Acusado de encomendar a morte do ex-prefeito de Santo André Celso Daniel, Sérgio
Gomes da Silva, o Sombra, morreu nesta terça-feira após uma longa batalha contra
o câncer. Assim que a notícia veio à tona, teorias da conspiração começaram a surgir nas
redes sociais levantando dúvidas sobre a causa da morte. Sombra estava internado há
cinco dias e se tratava de uma grave doença – nada há de misterioso, portanto, em sua
morte. Mas, como em um romance policial, o crime contra Celso Daniel foi de fato
seguido por outras sete estranhas mortes que podem ter relação com o caso.
Relembre-as a seguir:
1. Carlos Delmonte Printes
(Lawrence Bodnar/Agência Estado/Dedoc)
Médico legista que emitiu o laudo identificando sinais de tortura no corpo do prefeito,
afirmando que Celso Daniel foi embalsamado - o que possibilitaria uma autópsia posterior -
e que a real data da morte foi em 19 de janeiro. Printes foi encontrado morto em seu
escritório, em outubro de 2005. A Polícia Civil concluiu que o médico cometeu suicídio
por causa do fim de seu casamento, ingerindo medicamentos que interromperam sua
respiração.
2. Dionísio Aquino Severo
(Monalisa Lins/Agência Estado/Dedoc)
Líder da quadrilha da Favela Pantanal, foi resgatado por um helicóptero do Presídio Parada
Neto, em Guarulhos (SP), dois dias antes do sequestro de Celso Daniel, do qual participou.
Foi preso três meses após o crime e afirmou á polícia que tinha revelações a fazer. Antes de
contar o que sabia, foi encontrado morto no Presídio do Belém, em São Paulo. Aílton Freitas,
um dos presos que fugiram com ele, disse em depoimento que Dionísio havia sido resgatado
para cumprir a tarefa de "queima de arquivo" de um "peixe grande" e que o empresário Sérgio
Gomes da Silva, o "Sombra" seria o mandante do crime.
3. Sérgio 'Orelha'
(Epitacio Pessoa/Dedoc)
Escondeu Dionísio quando ele fugiu do presídio de Guarulhos. Foi morto a tiros em novembro
do mesmo ano.
4. Otávio Mercier
(Epitacio Pessoa/Agência Estado/Dedoc)
Investigador da Polícia Civil que procurava Dionísio após a fuga e conversou com ele pelo
telefone às vésperas do sequestro de Celso Daniel. Foi encontrado morto em casa também
com marcas de tiros.
5. Antonio Palácio de Oliveira
(Robson Fernandes/Agência Estado/Dedoc)
Garçom que serviu o último jantar do prefeito, em uma churrascaria na região central de
São Paulo, do qual Celso Daniel saía com Sombra quando foi sequestrado. Morreu ao
chocar a moto contra um poste quando era perseguido por dois homens.
6. Paulo Henrique Brito
(Adriana Elias/Dedoc)
Testemunha do acidente do garçom, foi morto 20 dias depois.
7. Iran Moraes Redua
(Epitacio Pessoa/Agência Estado/Dedoc)
Agente funerário que reconheceu o corpo de Celso Daniel em uma estrada de terra em
Juquitiba, a 78 quilômetros de São Paulo. Foi morto a tiros em novembro de 2004.
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