Se você tem Teto de Gastos, o governo também precisa ter
Por Rodolfo Amstalden
O Antagonista fez campanha pelo impeachment.
Agora fará campanha pela PEC 241, que é hoje análoga ao que fora o Plano Real em 1994.
Nem todo mundo entende o Teto de Gastos.
Muita gente não entendia o Plano Real antes de sua adoção.
Mas a lógica é convincente e produz resultados formidáveis.
Basicamente, vamos impor ao setor público a mesma restrição orçamentária que nós, indivíduos, temos que administrar a cada dia.
Você recebe seu salário no começo do mês e planeja como gastá-lo. Não existe almoço grátis. Toda decisão é pensada. Qual escola posso pagar para o meu filho? Que tipo de azeite devo comprar?
No fundo, isso é saudável. Decisões pensadas são melhores que as tomadas por impulso ou à custa dos outros. Precisamos saber escolher dentro de nossas próprias restrições.
Se você gasta mais do que ganha, vai se endividar e terá de arcar pessoalmente com essa dívida.
Justo, não?
Com o governo brasileiro, não funciona assim.
Se ele (ou ela) gasta mais do que ganha, eu e você pagamos a conta, sob a forma de inflação, juros e desemprego.
O Teto de Gastos muda o jogo, obrigando o governo a enfrentar as consequências de seus próprios atos, evitando o repasse covarde à sociedade.
Resultará, portanto, em imediata queda da inflação, corte na Selic e crescimento da atividade.
Não quero, com essa breve explicação, fingir que o tema é trivial, tampouco romântico.
É um tema aborrecido, obviamente.
Mas, depois da queda do PT, precisamos reconstruir o país.
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