Eleito novo presidente do PSDB, Aécio defende privatizações e ataca PT
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GABRIELA GUERREIRO
NATUZA NERY
CATIA SEABRA
DE BRASÍLIA
NATUZA NERY
CATIA SEABRA
DE BRASÍLIA
Eleito neste sábado como novo presidente nacional do PSDB, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) assumiu o cargo com a defesa do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), inclusive as privatizações adotadas na gestão do tucano, além de ataques à gestão do PT.
As privatizações foram um tema sensível nas últimas campanhas do PSDB e usadas por adversários para atacar a gestão tucano.
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A escolha de Aécio para o comando do partido dá início às articulações da sigla para lançá-lo candidato ao Palácio do Planalto em 2014. O tucano e a nova executiva nacional do PSDB foram eleitos com votos favoráveis de 521 dos 535 delegados do PSDB que participaram neste sábado da convenção da sigla, em Brasília.
Em meio à divisão do PSDB sobre sua candidatura à Presidência, o tucano disse que não assume um "partido esfacelado", mas um "partido unido como nunca".
Segundo ele, o PSDB vai se "apresentar no momento certo", que é 2014. "Ainda não é hora de tratarmos disso, com um projeto alternativo a esse que está aí. Onde estiver o PSDB, estará a defesa intransigente da ética, da liberdade, da democracia", afirmou, a despeito do discurso de alguns presentes que já o lançaram na disputa da cadeira de Dilma Rousseff (PT).
Convenção nacional do PSDB
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PSDB realiza convenção em Brasília para eleger o senador Aécio Neves como presidente da sigla
Aécio fez um discurso inflamado, em que acusou o Brasil de "estagnação". Com postura de candidato, o tucano disparou críticas à gestão do PT no Palácio do Planalto ---tanto ao governo Lula quanto no de Dilma.
"Se tivessem que comemorar dois anos [de governo Dilma], seria o pibinho ridículo, irrisório, vexatório", disse. O tucano afirmou ainda que o PT comemorou seus dez anos no governo porque, nos dois últimos anos, a gestão de Dilma foi um "fracasso".
Atacando o elevado número de ministérios na atual gestão, Aécio alfinetou: "recebi um e-mail de um amigo, dizendo que o Sri Lanka tem 53 ministérios. Que se cuide o Sri Lanka que, daqui a pouco, vai ser vice-campeão [na comparação com o PT]".
O tucano disse que o PT promove o "governo dos amigos, para os amigos", enquanto o PSDB vai "cuidar das pessoas, olhar e buscar os caminhos evitando o populismo e medidas demagógicas".
Segundo Aécio, os desafios dos tempos de Fernando Henrique Cardoso, como inflação, "desarranjo econômico" e perda da credibilidade do país, estão de volta. Ele citou FHC como o presidente que mudou a história do país. "Garantimos a abertura da economia, com as privatizações", afirmou. Nos últimos anos, os tucanos evitam defender publicamente as privatizações --tema explorado pelo PT como uma das principais críticas aos tucanos.
Também listou feitos históricos do PSDB, como a estabilização da economia "convulsionada pela hiperinflação", o Plano Real, a Lei de Responsabilidade Fiscal e os "primeiros programas de transferência de renda" --principal mote dos governos do PT.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
BORDÃO
Embora não tenha falado no microfone, no discurso que Aécio preparou para a convenção e que foi distribuído à imprensa o tucano usou um bordão semelhante aos de alguns de seus eventuais adversários na disputa pelo Palácio do Planalto: "É possível fazer melhor".
O mote se parece com o "É possível fazer mais" do governador Eduardo Campos (PSB-PE), bordão também explorado por Dilma Rousseff nos programas de TV do PT com seu "É possível fazer cada vez mais".
Curiosamente, na disputa de 2010 o então candidato presidencial José Serra (PSDB-SP) estampava na sua campanha algo bem parecido: "O Brasil pode mais".
UNIDADE
De olho na unificação da legenda, Aécio elogiou tucanos que têm resistência à sua candidatura, como o ex-governador José Serra (PSDB-SP) e o atual governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP).
"É preciso dar atenção à proposta do governador Geraldo Alckmin que aumenta o tempo de internação para a ressocialização de menores que cometem crimes mais graves", afirmou.
Ao falar de Serra, disse que sua gestão no Ministério da Saúde o governo participava com 46% da saúde em todo o país, enquanto o percentual hoje é de 35%.
Aécio ainda criticou a relação do governo federal com o Congresso, especialmente a "submissão" dos aliados de Dilma ao Palácio do Planalto. "Para que uma base paquidérmica como essa, para não fazer absolutamente nada? Colocaram a Câmara e o Senado de cócoras, de joelhos, envergonhados."
Ao encerrar o discurso, o tucano disse que a unidade do PSDB será o "amálgama, o instrumento mais eficaz que temos para mostrar ao Brasil que nem tudo está perdido". Aécio deixou o salão principal da convenção nacional do PSDB, em Brasília, e foi ao encontro dos militantes da sigla --parte deles não conseguiu entrar no local devido à superlotação.
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