Ministério da Cultura manda retirar do ar comunicado que expõe crise na Cinemateca
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SILVANA ARANTES
DE SÃO PAULO
DE SÃO PAULO
A Cinemateca Brasileira retirou de seu site no início da tarde desta sexta-feira (3/5) comunicado em que informava ao público sobre o comprometimento de suas atividades provocado pela "redução significativa de seu corpo funcional".
Segundo a Folha apurou, a retirada do ar do comunicado foi feita a pedido do Ministério da Cultura, ao qual a Cinemateca é vinculada.
A assessoria da Cinemateca afirma que a eliminação do texto do site foi uma decisão interna da entidade, que, após sua publicação, percebeu a necessidade de reformulá-lo. De acordo com a assessoria, nova versão do comunicado deverá ser publicada na próxima semana.
Pela manhã, a assessoria havia afirmado à Folha que a decisão de informar ao público sobre a extensão dos efeitos da crise nos serviços prestados pela instituição havia sido tomada "em respeito aos usuários da Cinemateca".
A reportagem tentou ouvir o MinC quando o comunicado foi publicado e quando ele foi retirado do ar. O ministério ainda não se pronunciou.
Reprodução | ||
Comunicado que o Ministério da Cultura ordenou que fosse retirado do ar |
Dizia o texto do comunicado: "A Cinemateca Brasileira informa que, em razão da redução significativa de seu corpo funcional, decorrente das transformações político-administrativas pelas quais vem passando nos últimos meses, está impossibilitada de manter o pleno atendimento a produtoras, mostras, festivais e pesquisadores, bem como ao público em geral".
Na sequência, a Cinemateca informava que suspendeu o funcionamento de uma de suas duas salas de exibição e também a realização de eventos em seus espaços públicos, assim como deixou de abrir a biblioteca aos sábados.
O texto dizia ainda que "não será possível atender" a pedidos de empréstimo de imagens e avisava aos depositantes de filmes sobre a demora em trâmites como análise técnica e emissão de laudos, além de citar outras interrupções de serviços.
A crise administrativa na Cinemateca teve início em janeiro passado, quando o MinC exonerou o diretor Carlos Magalhães e suspendeu os repasses de verba à SAC (Sociedade Amigos da Cinemateca). O ministério assinalava, desde então, que o funcionamento da instituição não seria afetado.
Segundo a Cinemateca, a SAC tinha sob sua contratação 119 dos 139 funcionários que em dezembro passado prestavam serviços regulares à instituição. Desde janeiro, 60 profissionais foram dispensados --uma redução de pessoal de 43%.
As ações do MinC em relação à Cinemateca respondem, segundo a pasta, à necessidade de corrigir deficiências apontadas em auditoria da CGU (Controladoria Geral da União) na gestão da parceria firmada em 2008 entre sua Secretaria do Audiovisual e a SAC. A parceria movimentou desde então R$ 105 milhões.
Segundo a Folha apurou, o MinC acenou ao Conselho da Cinemateca com a possibilidade de liberar verba neste mês para a recontratação temporária de alguns dos profissionais dispensados.
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