quarta-feira, 1 de novembro de 2017

MBL comemora 3 anos de pragmatismo político e resultados tangíveis por mrk

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MBL comemora 3 anos de pragmatismo político e resultados tangíveis

por mrk
Ignorar as realizações de cabeças da direita antes dos movimentos pelo impeachment seria injusto e arrogante.
A direita não seria o que é hoje se não fossem influenciadores como Rodrigo Constantino, Luis Felipe Pondé, Olavo de Carvalho e Reinaldo Azevedo. Cada um com suas contradições. Mas foram autores que ajudaram a dar base para o pensamento de direita no Brasil.
No meio underground, cabeças como as de Alexandre Borges, Flavio Morgernstern, Francisco Razzo, Eric Balbinus e este que vos escreve ajudaram a trazer várias ideias para o aprimoramento do pensamento de direita por aqui. (Aliás, foi por meio deste blog que a reconstrução de autores essenciais para a guerra política, como David Horowitz e Saul Alinsky, foi feita. Por aqui também trouxemos o tema do controle de frame, desconstruindo e reconstruindo o material de autores como Erving Goffmann e George Lakoff. A popularização do termo "guerra política" originou-se por aqui. Logo, mesmo que no âmbito underground, estamos no jogo).
Certamente devo ter esquecido de nomes importantes, mas é inegável que hoje em dia temos conteúdo produzido para a direita no Brasil em quantidade muito maior do que ocorria há uma década atrás.
Mas será que isso era o suficiente? Claro que não.
Precisávamos de ação política efetiva pragmática e organizada. E por ação pragmática devemos definir aquelas ações que se comprometem com resultados tangíveis em linhas do tempo. Algo como dizer que "temos que brecar um projeto (a) até setembro" ou "temos que levantar tema (b) até outubro" e daí por diante.
Nesse sentido, o surgimento de movimentos como MBL, Vem Pra Rua, Nas Ruas e Revoltados Online, dentre outros, se tornou uma novidade para a direita. Finalmente, iniciamos as ações tangíveis, atreladas a linhas do tempo. Isso traz muito mais pressão do que focar essencialmente na discussão teórica.
Lênin já dizia que os teóricos são essenciais para a política, mas é dentro dos partidos - ou movimentos organizados, em nosso contexto - que as coisas se convertem em resultados, pois existe a união não apenas entre formadores de opinião, mas entre diversos papéis que atuam na interligação entre ideias, interesses em conflito, todos os tipos de envolvidos e resultados. A esquerda pensa assim desde o início do século XX. Para a direita, especialmente a brasileira, isto tem sido uma novidade. (Alguns movimentos de centro direita do passado eram efêmeros e tinham curta duração, sem a capilaridade dos movimentos de extrema esquerda)
Pude acompanhar em mais detalhes o surgimento do MBL, em 1 de novembro de 2014, poucos dias depois do resultado das eleições de 26 de outubro de 2014, quando Dilma Rousseff venceu e lançou um banho de água fria sobre o Brasil.
Mas tudo ainda era mais complicado, pois a vitória de Dilma veio atrelada a uma nova meta para a extrema esquerda: censurar a mídia e consolidar uma ditadura. Era claro que o PT visava transformar o Brasil numa Venezuela. Pouco antes da votação no segundo turno, vândalos da UJS Brasil depredaram a entrada da Editora Abril porque a Revista Veja - que ainda não tinha o ultraesquerdista André Petry em sua chefia - publicara uma capa dizendo que Dilma e Lula "sabiam de tudo em relação ao Petrolão"
A partir desse momento não adiantava mais focar apenas na criação de uma elite cultural, pois no andar da carruagem essa elite iria para a cadeia, como já acontece na Venezuela. Também não podíamos pensar unicamente em difundir o pensamento liberal em jantares bem organizados. De novo, iríamos conversar sobre liberalismo dentro das prisões de Dilma? A ação teórica já não era mais suficiente. Era preciso agir.
Não quero aqui definir responsabilidades e entregar troféus específicos, cometendo injustiças com os outros movimentos, mas preciso falar daquilo que vivenciei.
Desde o início da atuação do MBL, pude acompanhar e interagir fortemente com a direção do movimento. Isto me permitiu avaliar com maior justiça o MBL, na comparação com os demais (que também estão marcados na história do Brasil).
Uma característica fundamental do MBL sempre foi pensar em resultados pragmáticos. O conceito do "ótimo é inimigo do bom" parecia claro desde o início. Como movimento, sempre ficou claro que eles adotavam várias regras alinskianas - como este blog sempre defendeu-, como evitar que as táticas se arrastassem por tempo excessivo. Outra regra adotada era "manter a pressão, com diferentes táticas e ações, utilizando todos os eventos do período na construção do resultado". Por fim, outra regra adotada foi o desenvolvimento de operações que mantivessem uma pressão constante na oposição.
E foi assim que o MBL teve atuação fundamental nas manifestações contra o PT. A própria marcha a pé até Brasília - contestada na época por alguns formadores de opinião - foi uma tacada acertada em um momento em que as manifestações entraram em crise. Tempos depois, aconteceu a maior manifestação da história.
Me lembro até hoje quando eu comprei briga com uma dezena de participantes de um hangout, que planejavam esvaziar as manifestações do 13/3. Foram estas as maiores manifestações da história. Períodos tensos. Mas emocionantes.
Tempos depois, vimos o MBL assumir pautas não tão populares, como o apoio à PEC do Teto. No fim de 2016, vários líderes foram eleitos com apoio do MBL. Antenado com os novos tempos, o movimento focou na capacidade de gerar movimento e influenciar ações na web.
Já em 2016, o MBL entrou em um período mais "hardcore", com atuações em combates políticos como a desocupação de escolas invadidas. Foi neste ano que comemoramos o impeachment de Dilma.
Em 2017, mais demandas que não pareciam populares, mas que valeram a pena: reforma trabalhista e fim do imposto sindical. Recentemente, vimos ações práticas e decisivas como o ato pelo Escola Sem Partido em 100 cidades, o combate ao Queermuseu, a denúncia ao peladão do MAM, o confronto com uma elite de artistas milionários de extrema esquerda e, ultimamente, até uma briga com alguém que parecia intocável: Caetano Veloso.
Este 1 de novembro, aniversário de 3 anos do MBL, também marca mais uma vitória: a rejeição dos pontos mais críticos da PL 28/2017, que visava acabar com os apps de transporte, o que colocaria 500.000 pessoas no desemprego. Isso causaria risco de novo colapso em nossa economia e ganho de capital político para a extrema esquerda.
Sim, meus amigos, colaborei fortemente com o MBL em várias destas demandas, principalmente na questão de estratégias de linguagem. O fiz com a maior satisfação do mundo. Assim como pude fornecer minha ajuda, aprendi muito com eles nesse período.
Como qualquer movimento que envolve muitas pessoas, existem contradições, que são inerentes ao ser humano. Estas contradições não mudam o fato de que o movimento tem sido coerente em sua plataforma de lutar contra uma extrema esquerda que visa nos transformar em uma ditadura enquanto trava lutas diárias que visam nos trazer mais liberdade.
Parabéns ao MBL pelos 3 anos de resultados. Que venham mais resultados. Nós, da direita, precisamos disso.
mrk | 1 de novembro de 2017 às 18:57 | Tags: conservadorismoextrema esquerdaguerra políticaliberalismoliberdadeMBL | Categorias: Análises | URL: https://wp.me/pUgsw-oxh

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