No dia do delator no STF, Lula é chamado de mandante do mensalão
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DE SÃO PAULO
DE BRASÍLIA
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O oitavo dia de julgamento do mensalão no STF (Supremo Tribunal Federal) teve uma das defesas mais esperadas até agora: a do delator do esquema, o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ).
O caso veio à tona após entrevista do petebista à Folha em junho de 2005. Na ocasião, ele afirmou que o governo pagava valores mensais a parlamentares em troca de voto.
Advogado de ex-deputado critica Ministério Público no STF
Defesa de ex-deputado diz que que dinheiro recebido foi doação eleitoral
Denúncia contra secretário do PTB foi para desestabilizar Jefferson, diz advogado
Advogado de Roberto Jefferson afirma que Lula ordenou mensalão
Defesa de Carlos Rodrigues diz que tese da compra de voto é ilógica
Para delegado, mensalão é maior que o julgado no STF
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Segundo o advogado Luiz Corrêa Barbosa, a ordem para comprar o apoio da base aliada no Congresso partiu do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O próprio Jefferson, no entanto, já afirmou em ocasiões anteriores que Lula era "inocente".
O julgamento do mensalão - 3ª semana
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O advogado Luiz Francisco Corrêa Barbosa, que defende o ex-deputado Roberto Jefferson, durante o julgamento do mensalão
"O presidente não é só safo, ele é doutor honoris causa em universidades internacionais. Mas é um pateta? Tudo isso aconteceu sobre suas barbas e nada. Não só sabia como ordenou tudo isso", afirmou o advogado.
A defesa de Jefferson pediu que o Supremo investigações contra o ex-presidente. A justificativa é que os empréstimos do BMG e do Banco Rural ao PT, que teriam irrigado o mensalão, estão ligadas a um decreto de Lula que permitiu os bancos privados a concederem crédito consignado.
"É evidente a coligação, o entrelaçamento entre esses atos", disse o advogado.
Veja trecho da defesa feita pelo advogado de Jefferson no STF:
"JÔ SOARES"
A exemplo de outros dias dedicados à defesa dos réus, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, foi alvo de críticas por parte da defesa dos acusados.
Barbosa, o advogado de Jefferson, acusou-o de ser "zagueiro" de Lula ao não incluir o ex-presidente no processo. "Acho que o procurador não colocou isso na denúncia porque é um processo de brincadeirinha, para não pegar quem tem que pegar."
Mesmo quando elogiado na sessão de hoje, foi de forma irônica, citando sua semelhança física com a apresentador da TV Globo Jô Soares.
"Vossa Excelência, inclusive, tem aparência agradável, gentil. Lembra até o apresentador Jô Soares", disse o advogado Itapuã Prestes Messias, defensor de Emerson Palmieri, que foi secretário-executivo do PTB. (veja no vídeo abaixo)
Nem mesmo na vez do advogado Inocêncio Mártires Coelho, que já exerceu o cargo de procurador-geral da República, Gurgel foi poupado. Segundo o defensor do ex-deputado federal e atual prefeito de Jandaia do Sul (PR), José Borba, "os textos do Ministério Público estão cheios de furos e esparadrapos".
DOAÇÃO ELEITORAL
Outra justificativa que voltou a ser defendida na sessão de hoje é que o dinheiro apontado como compra de votos era, na verdade, fruto de acordos eleitorais.
A tese foi sustentada pela defesa do ex-deputado Carlos Rodrigues, que citou a aliança entre o extinto PL e o PT nas eleições de 2002.
Segundo ele, seu cliente contratou serviços para divulgar no Rio de Janeiro a campanha de Lula no segundo turno e fez pagamentos em espécie porque os contratados tinham origem humilde.
"São pessoas de comunidades, não tem como pagar com cheque, são extremamente humildes, pagou em espécie", disse. "Ele jamais negou o recebimento dos R$150 mil. Esse montante veio do PT com destinação absolutamente diferente do imaginado pela acusação. Foram para pagar dívidas de campanha das eleições de 2002."
O deputado é acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Segundo a denúncia, ele recebeu R$150 mil do valerioduto para votar a favor do governo. Rodrigues teria solicitado que um motorista de outro deputado fosse sacar os recursos.
Doações eleitorais também foi o que disse a defesa do ex-deputado Romeu Queiroz para justificar o dinheiro recebido.
O advogado Ronaldo Garcia Dias afirmou que seu cliente recebeu recursos em nome do PTB e que não havia indícios de que a origem era irregular.
"Ninguém disse para Queiroz que o dinheiro estava vindo dos subterrâneos, da ilicitude. No mínimo, [o dinheiro] tinha aparência de origem sadia. Nessa época, o PT não era conhecido como o PT de hoje. Não pairava duvidas", disse.
CRONOGRAMA
Em uma tentativa de compensar o atraso no cronograma do julgamento, o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Carlos Ayres Britto, sugeriu aos colegas ouvir um advogado a mais nesta segunda-feira. Por dia, cinco têm feito suas apresentações no tribunal.
A medida, porém, não foi aceita por Marco Aurélio Mello, que alegou possível desrespeito ao planejamento traçado pelo Supremo antes de o julgamento começar.
Celso de Mello alegou que os ministros têm feito jornada dupla durante o julgamento do mensalão, que tem durado cerca de cinco horas diárias. Segundo o decano do tribunal, outros processos se acumulam por causa da dedicação necessária ao caso.
Consultados, a maioria dos ministros também preferiu encerrar a sessão de hoje e continuar amanhã.
LEIA A REPORTAGEM COMPLETA NA FOLHA DE SÃO PAULO.
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