A entrevista de Luislinda Valois ao Estadão revela alguém que já no estágio de falar as coisas sem medir as consequências.
É claro que ela queimou o próprio filme com essas declarações. Em entrevista ao Estadão, disse que o valor pedido é justificado
pois o cargo exige roupa digna e maquiagem. De novo, uma afirmação sem noção e que ofende o povo brasileiro.
Mas este trecho da entrevista do Estadão é ainda mais alucinante:
COLUNA DO ESTADÃO – Por que a senhora comparou sua situação a trabalho escravo?
LUISLINDA – Eu fiz apenas uma analogia. Todo mundo sabe que o trabalho que não é remunerado é considerado trabalho escravo. Agora, porque que as pessoas se apegaram somente a isso? Isso é que eu não entendi.
COLUNA DO ESTADÃO – É forte não ministra?
LUISLINDA – Querem achincalhar a minha vida assim? Estou muito triste, Sempre fui muito correta, estudiosa e não admito que queiram me levar para o lado negativo. Eu estou muito magoada.
COLUNA DO ESTADÃO – A senhora acha que exagerou?
LUISLINDA – Não exagerei não. Todo trabalho que é executado com dignidade, com respeito tem que ser remunerado. Todo mundo sabe disso. Quem é que não sabe? Por acaso alguém trabalharia 12, 14 horas por dias e diz que não quer salário? Que não gosta de salário? Quem faria um negócio desse?
COLUNA DO ESTADÃO – Mas a senhora recebe um salário. Só que ele é menor, R$ 3 mil bruto, por causa da glosa.
LUISLINDA – Sim, mas os outros ministros não recebem esse valor. Eu quero somente o tratamento paritário. É só por isso que eu pedi.
Ela disse que vai continuar no cargo se o governo não atender sua demanda. Mas pensando bem, será que não é hora de libertá-la desse sofrimento?
Luislinda acha que não deve explicações. O jornalista questionou: "A senhora trabalha numa área de direitos humanos que trata de pessoas em condições extremas de pobreza. Muitas têm a carga horária da senhora e nao recebem nem os R$ 3 mil que a senhora recebe. Como explicar sua demanda a essas pessoas?".
A resposta é esta miséria:
Eu não tenho que explicar. É um direito de peticionar. Como eu peticionei pedindo a revisão, as pessoas também poderão fazer seus pedidos e encaminhar para seus patrões. Eu aconselho a quem achar que deve é só requerer e aguardar a decisão da autoridade. Estou muito chateada. Eu não matei, eu nao roubei. Faço coisas que ninguém faz e ninguém divulga uma agenda minha. Agora um requerimento e o povo está me execrando?
Vale lembrar que não faz sentido dizer que "trabalho não remunerado" é igual escravidão.
Na verdade, ela é remunerada sim. Ganha o limite de R$ 33,7 mil por mês. Como ministra, ela recebe um valor adicional ao salário que já tinha como desembargadora aposentada. Veja o que escreve o Estadão:
Conforme a Coluna revelou, dos R$ 30.934,70 a que tem direito a receber como ministra, ela recebe R$ 3.292 bruto. O valor cai porque ela já tem outra renda paga pelo Estado como desembargadora aposentado, de R$ 30.471,10 bruto. Ao final do mês ela recebe da União R$ 33,7 mil, mesmo salário de um ministro do Supremo.
Quer dizer: ela é remunerada. Mas mesmo que não fosse remunerada por uma função específica, isso em nada configura trabalho escravo, o qual depende da privação da liberdade e de elementos de coação. Não existe nada no Código Penal que defina o cumprimento do limite constitucional para servidores públicos como "trabalho não remunerado" e muito menos "trabalho escravo".
Quanto mais Luislinda fala, mais ela se complica.
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