20/9/2015 - Revisitando
A ditadura militar, a última, não foi apenas a implantação da estupidez, da suspensão do habeas-corpus, dos direitos humanos, da prevalência do obscurantismo.
Foi, não menos, a prevalência da violência e da mentira.
Pois bem, na 1a metade dos anos 70, Governo Médici, surgiu a figura de Hélio Bicudo, então procurador da Justiça de SP, partindo para cima dos crimes do Esquadrão da Morte, anabolizado pela implantação do regime de exceção.
Sobreviveu, Deus sabe como, ele e sua família, e a partir daí virou bola da vez das perseguições e ameaças de morte.
Mais tarde seria um dos pais fundadores do PT.
Como repórter-especial de um grande jornal brasileiro, e vivendo em SP, o entrevistei várias vezes, praticamente às escondidas.
Hoje, com 93 anos, pede, no Congresso o impeachment de Dilma. Sua história, o país tem orgulho.
Eis trechos de uma entrevista, extremamente lúcida, publicada hoje, concedida a Mariana Chances. A repórter observa que alguns de seus filhos estão contestando essa sua iniciativa.
– Problemas de família trato dentro de casa, não em jornal. Se estou magoado ou não, o problema é meu.
Sanches registra que durante 25 anos ele foi muito próximo a Lula. Como o vê hoje?
– Lula nunca é próximo de ninguém. Ele é próximo dele mesmo, e de seus interesses. Eu caí nessa armadilha, mas hoje eu sei que ele só está em busca de vantagem para ele e sua família.
O senhor acha, prossegue, que ele buscou enriquecimento pessoal e pode vir a ser pego na Lava-Jato?
– Eu acho que se (os investigadores) quiserem pegar, vão pegar.
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