Governistas enterram CPI do Cachoeira e oposição fala em pizza
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ANDREZA MATAIS
DE BRASÍLIA
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A base governista na CPI do Cachoeira no Congresso impediu, nesta quarta-feira, a votação de novas quebras de sigilo bancário, fiscal e telefônico ou pedidos de convocação e apresentou requerimento para prorrogar os trabalhos por 45 dias.
Andre Borges/Folhapress |
Parlamentares membros da CPI do Cachoeira votam sobre o tempo de prorrogação dos trabalhos da comissão |
Neste período, a CPI só irá discutir o relatório final do deputado Odair Cunha (PT-MG), sem aprovar novos pedidos de informação ou de oitiva. Cunha irá apresentar seu texto no dia 20 de novembro.
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A oposição já admite que não tem como conseguir o apoio de 171 deputados e 27 senadores para prorrogar a CPI por mais 180 dias, o que possibilitaria avançar nas investigações. "É muito difícil chegar", afirmou o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS).
Na hipótese remota de reunir o apoio necessário, a oposição levaria vantagem, pois neste caso a regra é a comissão considerar o requerimento com o maior prazo de prorrogação. Ou seja, o requerimento dos governistas pedindo prorrogação por 45 dias seria desconsiderado. Mesmo assim, como os governistas tem maioria, cabe a eles definir a pauta. Desta forma, o relatório final poderia ser colocado em votação a qualquer tempo.
BATE-BOCA
O movimento dos governistas, liderados por PT e PMDB, de não votar os mais de 500 requerimentos que estão na pauta na reunião desta quarta provocou um debate na comissão.
"Estamos determinando o fim da CPI sem investigar esse monumental esquema de corrupção. O relatório final será uma pizza gigante", afirmou o líder do PSDB, senador Alvaro Dias (PR).
"Penso que tem que haver limite entre o tratoraço e o que está sendo feito aqui", disse o deputado Onix Lorenzoni (DEM-RS).
"Estamos jogando o lixo para debaixo do tapete e o lixo está fedendo", disse o senador Pedro Taques (PDT-MT).
A oposição insiste em investigar empresas fantasmas ligadas a empreiteira Delta, que poderiam revelar um braço do esquema Cachoeira em São Paulo, envolvendo outras empreiteiras.
Os oposicionistas também defendem investigar as relações do governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral (PMDB), com o empresário Fernando Cavendish, da Delta. "Ele não foi citado por Cachoeira uma única vez", defendeu o Leonardo Picciani (PMDB-RJ).
"Não vamos investigar porque ele é o principal governador do PMDB?", reagiu o líder do PPS, deputado Rubens Bueno (PR). A oposição quer ouvir, ainda, o tesoureiro da campanha de Dima Rousseff, o deputado José de Filipi (PT-SP). Em seu depoimento, o ex-presidente do Dnit Luiz Pagot disse à CPI que foi procurado por Filipi na época da campanha com pedido para que listasse empresas que poderiam doar para a campanha de Dilma e que tinham contratos com o órgão responsável por investir nas estradas. Pagot disse à CPI que o pedido foi "aético".
A FOLHA DE SÃO PAULO
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