Justiça manda apreender jornal de sindicato por propaganda para Haddad
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PAULO GAMA
DANIELA LIMA
DE SÃO PAULO
DANIELA LIMA
DE SÃO PAULO
Atualizado às 12h15.
A Justiça Eleitoral determinou nesta quinta-feira (4) a realização de busca e apreensão de um número do jornal do Sindicato dos Bancários, por entender que a publicação faz propaganda em favor da candidatura de Fernando Haddad (PT).
A Lei Eleitoral proíbe publicidade de qualquer espécie procedente de entidades sindicais.
O jornal, com tiragem de 100 mil exemplares, traz em sua contra-capa a biografia e algumas propostas dos "candidatos que apresentam maior índice nas pesquisas eleitorais".
Haddad ocupa a parte superior da página e tem o dobro do espaço de seus concorrentes José Serra (PSDB) e Celso Russomanno (PRB).
No espaço dedicado às propostas de Serra, a "Folha dos Bancários" escreveu: "Sem propostas - O plano de governo de Serra não foi divulgado em nenhum dos sites oficiais da campanha".
Sua biografia cita que ele "foi prefeito entre 2005 e 2006, quando deixou o mandato para concorrer ao governo".
"Em sua gestão como governador, Serra vetou dois projetos de lei que determinavam a instalação de portas de segurança em todas as agências bancárias", segue a publicação. "O então governador também abriu mão da Nossa Caixa. A legenda, o PSDB, foi responsável por privatizações de diversas instituições financeiras."
O espaço dedicado a Russomanno é semelhante ao de Serra. Sua biografia registra que ele "ganhou destaque não pela atuação política, mas apresentando programas de várias emissoras de TV". Entre suas propostas, destaca a tarifa proporcional: "essa medida significa que quem mora nas periferias pagará mais caro pelo transporte coletivo".
Já Haddad é apresentado como "mestre em economia e doutor em filosofia pela USP". "Após seis anos e meio como ministro da Educação, deixou o cargo com resultados relevantes", diz o texto.
Abaixo dos quadros com os três candidatos, outro texto afirma que "maioria da diretoria do sindicato apoia Fernando Haddad" e ressalta que a decisão "se dá em função do compromisso firmado pelo candidato com as pautas entendidas como prioritárias pela categoria bancária"
A coligação tucana argumentou que a publicação promove a candidatura de Haddad e denigre a imagem de Serra.
Segundo a Justiça, a apreensão seria feita na noite desta quinta. Também há a determinação para que a versão digital do jornal seja retirada da internet.
Em nota, a presidente do sindicato, Juvandia Moreira, contestou a decisão. "Os trabalhadores têm direito a analisar as propostas dos candidatos. Pode haver divergência, mas repudiamos a censura e sempre lutamos pelo fortalecimento da democracia."
"Não denegrimos a imagem de ninguém. Só não podemos noticiar o plano de governo de um dos candidatos que não tem seu material divulgado nos sites oficiais da campanha", diz o texto.
A FOLHA DE SÃO PAULO
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