Quero mais: quero menos
Por Mario Sabino
A PEC que limita o teto dos gastos públicos passou com folga na Câmara. Deve também passar com folga no Senado. A gritaria da esquerda é só cacofonia.
A sua aprovação abre caminho para que o BC reduza imediatamente os juros, hoje em reais e fantásticos 8,5%. O presidente do BC sinalizou que os juros devem baixar já em outubro. Mas 0,25%, como se especula, é muito pouco. Reduzir 1% não aumentaria a inflação e sinalizaria aos produtores e trabalhadores que a austeridade tem contrapartida no dia a dia.
Limitar os gastos do governo é essencial, porém não suficiente. O teto ainda é alto. É preciso enxugá-los, como disse a economista Monica de Bolle, em entrevista a O Globo. O ideal seria estabelecer metas de cortes anuais, até que se chegue a um Estado mínimo que não esfole os pagadores de impostos. Políticos vão dizer que é impossível. Mentira. Que a máquina não é obesa. Mentira. Que cortes de ministérios e funcionários públicos são "peanuts". Mentira.
A reforma da Previdência, essa monstruosidade que hoje sangra os cofres públicos, é emergencial. Ela, no entanto, não pode ofuscar outra necessidade: um programa agressivo de privatizações. Agressivo significa vender a Petrobras e todas as outras "bras". Cada vez que ouço que a Petrobras pode ser salva, sinto arrepios. Ela se salva e nós nos afogamos.
Também chega de a União socorrer governos estaduais e municipais perdulários e incompetentes. Faça-se uma reforma tributária de verdade, para que não sejam obrigados a repassar somas colossais à União, e eles que se virem.
Estou longe de ser um anarco-capitalista, sou a favor do Estado, mas não esse que está aí.
Quero mais: quero menos.
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