Ontem aqui foi postado uma, entre tantas outras, peças imortais de George Gershwin. Nada mais que Rhapsody in Blue, pela New York Philharmonic.
Uma visitante ilustre lembrou que Gershwin, apesar dessas peças memoráveis, teria morrido frustrado, uma vez que nunca compôs, ou foi aceito, como um autor clássico.
Não poucos autores se debruçaram sobre o tema: a arte que existe em muitas almas, mas que padece da falta de língua para se expressar.
Mestre Romão, nos idos do 2º Reinado, tornou-se um autor consagrado, mas a partir de suas modinhas, criações ligeiras, que ele reprovava.
Viveu em busca de uma peça clássica, e só vai acontecer, no final de sua vida. Casado já na idade madura, com uma bela jovem, que acompanhou toda sua luta em busca dessa peça, já enfermo, percebe que a inspiração chegara.
“Desesperado, nos conta Machado, deixou o cravo, pegou do papel escrito e rasgou-o.
- Nesse momento, a moça embebida no olhar do marido, começou a cantarolar à toa, inconscientemente, uma coisa nunca antes cantada nem sabida, na qual coisa um certo lá trazia após si uma linda frase musical, justamente a que mestre Romão procurara durante anos sem achar nunca.
O mestre ouviu-a com tristeza, abanou a cabeça, e à noite expirou.”
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