domingo, 5 de junho de 2016

Moro não recuou. O juiz disse a Zavascki que Lula quis “intimidar”, “obstruir” e “influenciar” a Lava Jato mar 30 r César Weis

O ofício enviado pelo juiz Sérgio Moro ao Supremo Tribunal Federal foi interpretado, erroneamente, como um pedido de desculpas por eventuais excessos. Na verdade, o juiz Sérgio Moro, cumprindo a praxe, explicou questionamentos feitos pelo ministro Teori Zavascki as decisões que tomou no âmbito da Lava Jato. Na verdade, longe de um pedido de desculpas, a correspondência de Moro aprofunda muito as acusações contra Lula.
O juiz afirma, por exemplo, que o ex-presidente pretendeu “intimidar”, “influenciar” e “obstruir” a Lava Jato. Qualquer um desses adjetivos, no contexto em que foi colocado, corresponde a um novo crime cometido por Lula na tentativa de se livrar das consequências dos ilícitos que é suspeito de ter cometido, permitido cometer ou facilitado nos eventos relacionados ao Petrolão investigados pela Lava Jato.
No ofício ao STF , Moro transcreveu 12 interceptações telefônicas que pegaram o ex-presidente “intencionando ou tentando obstruir ou influenciar indevidamente a Justiça”. O material é considerado devastador e deixará pouco espaço para que o STF deixe de tomar decisões duras contra Lula.
Moro chamou atenção, para um grampo em especial, no qual Lula disse a seu interlocutor ‘eles têm que ter medo’, em referência aos investigadores que vasculham sua vida. Para Moro, o ex-presidente fez tal afirmação ‘sem maiores pudores’.
“Não se trata de uma afirmação que não gere naturais receios aos responsáveis pelos processos atinentes ao esquema criminoso da Petrobrás. Entendeu este Juízo que, nesse contexto, o pedido do Ministério Público Federal  de levantamento do sigilo do processo se justificava exatamente para prevenir novas condutas do ex-presidente para obstruir a Justiça, influenciar indevidamente magistrados ou intimidar os responsáveis pelos processos atinentes ao esquema criminoso da Petrobrás. O propósito não foi, portanto, politico-partidário.”

César Weis

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