Desvios para realização de shows grandiosos em cidades pequenas pode chegar a R$ 100 milhões.
De acordo com uma ampla reportagem assinada pelo jornalista Ricardo Feltrin, do UOL, a Polícia Federal descobriu uma espécie "mafia dos shows públicos". O esquema de irregularidades envolve artistas muito conhecidos, políticos e empresários. A maioria dos shows irregulares, de acordo com a PF, eram realizados em cidades pequenas, que não teriam condições de bancar as apresentações. O esquema ocorreu durante os ano de 2010 e 2015, período que a presidente afastada Dilma Rousseff, do Partido dos Trabalhadores estava efetivamente no poder. Os shows eram bancados através de "incentivos culturais", que podiam sair dos Ministérios do Turismo ou da Cultura, por exemplo.
O escândalo que teria retirado irregularmente dos cofres públicos até R$ 100 milhões, já teve R$ 15 milhões bloqueados pela Justiça. A maioria dos artistas envolvidos não teve o nome revelado, já que a investigação ainda segue em vigor. Apenas um deles foi condenado, o cantor Zeca Pagodinho. Em nota divulgada ao UOL , a defesa do pagodeiro disse que a condenação realmente ocorreu, mas nego qualquer irregularidade e disse que o cantor famoso por versos como "deixa a vida me levar" irá recorrer. O dinheiro que está bloqueado na Justiça foi pedido de um ação efetuada pelo Ministério Público Federal, que assim como a Receita Federal ajudam a apurar um crime que pode envolver várias celebridades.
A investigação começou no interior de São Paulo, mas atualmente, já chegou no Rio de Janeiro, Amazonas, Bahia, Rio Grande do Norte, Pernambuco, dentre outros. Em entrevista ao jornalista Ricardo Feltrin, o chefe da Procuradoria da República em São Paulo, Thiago Lacerda Nobre, disse que teve a ideia da investigação porque ia muito a trabalho para o interior de São Paulo. Nas viagens, ele percebeu que as cidades pequenas eram focos de shows com grandes duplas sertanejas e outros artistas. Muitos dos artistas investigados saberiam que estavam metidos em irregularidades, mas aceitavam os acordos para manter os cachês lá no alto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário