Com informações do Projeto Sumire - 20/06/2016
Este é o PFS, um caçador de espectros cósmicos. [Imagem: Prime Focus Spectrograph Project]
Espectros de luz para matéria escura
Pesquisadores brasileiros do Laboratório Nacional de Astrofísica e do Instituto de Astronomia da USP estão ajudando a construir um instrumento que irá decodificar a luz do céu noturno na tentativa de compreender a natureza da matéria escura.
O Prime Focus Spectrograph (PFS), que será montado no Telescópio Subaru, no Havaí, será capaz de dividir a luz dos objetos celestes, como estrelas e galáxias, em vários comprimentos de onda, gerando um conjunto de dados conhecido como "espectro".
Nesses espectros, os astrônomos podem encontrar informações sobre o movimento de qualquer objeto celeste. Isto é importante porque a matéria escura, a misteriosa força que mantém nosso Universo coeso, e sobre a qual nada sabemos, afeta a direção e a velocidade com que as estrelas se movem.
Observando como um milhão de estrelas se movem, a equipe internacional planeja criar um mapa mostrando onde a matéria escura está e como ela se comporta.
Enquanto as técnicas convencionais de espectroscopia só conseguem observar um punhado de objetos simultaneamente, o PFS coletará espectros de até 2.400 corpos celestes ao mesmo tempo, efetivamente criando um censo das movimentações no Universo muito mais rapidamente do que antes.
Espectroscopia
A espectroscopia tem sido usada desde os tempos de Newton para estudar as características das estrelas, mas o novo equipamento será capaz de analisar toda a luz coletada pelo espelho primário de 8,2 metros do telescópio Subaru, permitindo observar o Universo em grande profundidade.
Por exemplo, será possível fazer imagens nítidas de objetos a mais de dez bilhões de anos-luz de distância, aumentando a quantidade de informação analisada e a resolução do mapa da matéria escura.
Sub-componentes e sub-sistemas do instrumento estão sendo construídos, montados e testados no Brasil, Estados Unidos, França e Taiwan. Eles serão enviados para o Havaí em 2018. Depois que o sistema for integrado e testado começarão as observações científicas, em 2019.
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