Investigada no Supremo Tribunal Federal por ter recebido um milhão de reais oriundos da engrenagem criminosa que se apoderou da Petrobrás, a senadora petista e ex-ministra da Casa Civil Gleisi Hoffmann é personagem do anexo 62 da delação de Pedro Corrêa, o ex-presidente do PP.
A senadora faz parte da tropa de choque que o PT usa no Senado para perturbar as sessões da Comissão Especial do Impeachment.
A revista Veja de hoje conta que segundo o delator, na eleição de 2010, o caixa da propina do PP na Petrobrás foi usado para abastecer a campanha de Gleisi ao Senado sem a anuência dos caciques progressistas. Como o doleiro Alberto Youssef e outros delatores já confessaram, o dinheiro foi repassado por um entregador do doleiro a um operador da senadora petista em um shopping de Curitiba.
O ex-deputado, que está preso em Curitiba, conta que o dinheiro sujo injetado na campanha de Gleisi saiu da Diretoria de Abastecimento da Petrobrás, comandada pelo engenheiro Paulo Roberto Costa, o operador do partido no petrolão. Quando soube que parte da propina do PP havia sido desviada para uma campanha do PT, Pedro Corrêa foi pessoalmente cobrar explicações de Paulo Roberto Costa e ouviu dele uma revelação explosiva: “Ele (Costa) disse que esse gesto (o pagamento de um milhão em propina para Gleisi) era para atender à candidata à Presidência Dilma Rousseff, a qual tinha interesse na eleição de Gleisi para o Senado”, diz Corrêa.
Condenado a 20 anos e sete meses de cadeia, Pedro Corrêa negocia há um ano um acordo de delação premiada com a Justiça. Todos os citados por Pedro Corrêa já negaram envolvimento nos esquemas criminosos. Para obter os benefícios da delação e reduzir sua pena, ele não pode mentir sobre suas revelações. Para respaldar as explicações que recebeu de Costa, Corrêa lembra que Dilma, depois de eleita presidente, escolheu justamente Gleisi Hoffmann para comandar o mais importante ministério do governo, a Casa Civil.
A delação de Corrêa aguarda homologação do STF.
*Políbio Braga é um jornalista e escritor brasileiro. Nascido em Santa Catarina, foi para o Rio Grande do Sul aos 20 anos. Foi presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas entre 1962 e 1963. Foi secretário da Indústria e Comércio e da Fazenda de Porto Alegre, além de secretário de Relações Internacionais e chefe da Casa Civil do governo do estado do Rio Grande do Sul. Foi preso duas vezes durante o regime militar brasileiro, em 1962 e 1972. Publicou um livro sobre esta experiência, chamado Ahú, diário de uma prisão política. Trabalhou nos jornais Diário Catarinense, Correio da Manhã, Última Hora, Gazeta Mercantil, Zero Hora, Correio do Povo e Jornal do Comércio, e nas revistas nas Veja e Exame. Também apresentou e participou de programas de televisão na RBS, Band, TV Pampa e TV Guaíba além de programas de rádio. Blog do Políbio Braga
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