Poucos, no Sul maravilha, ou fora dele, conhecem a fúria de um coronel sertanejo, exceto os que já viveram sob o seu jugo.
Renan Calheiros chamou ontem um ministro da Justiça de "chefete de polícia" - ah, os bons tempos das "Memórias de um Sargento de Milícias" -, e um juiz de Vara Federal, sediada em Brasília, de "juizeco de 1a Instância."
E o fez numa entrevista coletiva, com a presença da imprensa brasileira e internacional. Estava elegantemente vestido, comme il faut para o presidente de um dos três poderes da república.
Portanto, se preparou, organizou-se internamente, serenou seus gestos, amansou, adestrou sua fúria.
Mesmo assim, por pouco, é o que podemos imaginar, não completou uma das frases, onde aponta que "um juizeco de 1a Instância", lá dos confins da selva, quase um índio, ainda em processo de aculturação, ameaça um dos poderes da República.
E, no entanto, Renan, respondendo a oito processos no STF, que repousam serenamente, sempre pressa, sem açodamento, nas gavetas da Casa Suprema, pareceu muito pouco com um coronel sertanejo.
Agiu como um verdadeiro agente do processo civilizatório que prossegue, com muitos recuos, no Brasil.
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