quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

PANELAS DO FUTURO

Materiais Avançados

Vêm aí as panelas antiadesão de bactérias

Redação do Site Inovação Tecnológica - 27/01/2015
Vêm aí as panelas antiaderentes... de bactérias
Os nanoporos alteram a movimentação das cargas elétricas na superfície dos metais, criando uma força repulsiva que impede que as bactérias grudem. [Imagem: Guoping Fen]
Anodização
Panelas antiaderentes são um sucesso de mercado porque evitam que a comida grude, diminuem ou até eliminam a necessidade de óleo e facilitam muito a limpeza.
Então, por que não usar a mesma ideia e construir materiais "antiadesão de bactérias", materiais nos quais as bactérias não consigam se fixar e, portanto, permaneçam imunes à contaminação?
Esta é justamente a realização obtida por Guoping Fen e seus colegas da Universidade de Cornell, nos Estados Unidos.
Fen usou um processo eletroquímico chamado anodização para criar poros em nanoescala que alteram as cargas elétricas e a energia superficial de um metal. Em decorrência dessas alterações, a nanoestrutura exerce uma força repulsiva sobre as células bacterianas, evitando que elas grudem e iniciem a formação dos biofilmes, ou colônias de bactérias.
"É provavelmente uma das possibilidades de mais baixo custo para fabricar uma nanoestrutura em uma superfície metálica," disse a professora Carmen Moraru, orientadora do trabalho.
Repulsão física de bactérias
A professora Carmen comenta que há outras alternativas para limitar a adesão de bactérias sobre superfícies, incluindo produtos químicos e bactericidas, mas esses produtos têm aplicações limitadas sobretudo na área de alimentação, tanto na indústria como doméstica.
A criação de uma superfície que inibe a adesão bacteriana por meios puramente físicos é assim uma alternativa que desperta grande interesse da indústria.
A equipe até agora se concentrou no alumínio, mas pretende a seguir estudar o comportamento das nanoestruturas em outros metais, eventualmente adequando a dimensão dos nanoporos para que o mecanismo funcione adequadamente em cada um deles.
Para quem se contenta com o alumínio, a tecnologia está pronta para ser incorporada em recipientes usados no processamento de alimentos e na manipulação de produtos médicos. Outra possibilidade a ser explorada pela nova técnica, segundo os pesquisadores, é o desenvolvimento de cascos de navios que evitem a adesão das cracas.
Bibliografia:

Alumina surfaces with nanoscale topography reduce attachment and biofilm formation by Escherichia coli and Listeria spp.
Guoping Feng, Yifan Cheng, Shu-Yi Wang, Lillian C. Hsu, Yazmin Feliz, Diana A. Borca-Tasciuc, Randy W. Worobo, Carmen I. Moraru
Biofouling: The Journal of Bioadhesion and Biofilm Research
Vol.: 30, Issue 10, pages 1253-1268
DOI: 10.1080/08927014.2014.976561

Nenhum comentário:

Postar um comentário