Cinco missões espaciais que todos gostariam de ver
Com informações da BBC - 23/01/2015
A aterrissagem da sonda Philae em um cometa que voava a uma velocidade de 135 mil km/h, no fim do ano passado, foi celebrada como o início de um novo capítulo na exploração espacial.
Ainda vamos ter de esperar para saber tudo o que a sonda está descobrindo, mas enquanto isso muitos astrônomos já estão se perguntando: qual será nossa próxima façanha?
Reunimos aqui as cinco missões mais inusitadas que as agências espaciais já estão sonhando em lançar.
Várias sondas já registraram imagens da superfície de Vênus. [Imagem: NASA]
Flutuando pelas nuvens de Vênus
Vênus é normalmente descrito como o irmão gêmeo malvado da Terra - ele tem o mesmo tamanho que o nosso planeta, mas possui uma atmosfera tóxica que faz chover ácido sobre sua superfície.
Mesmo assim, o cientista Geoffrey Landis e uma equipe da Nasa vêm investigando a possibilidade de mandar astronautas para a órbita de Vênus, de onde operariam robôs no solo por controle remoto.
A visão de Landis não para por aqui: ele acredita que seres humanos poderiam viver dentro de balões gigantes localizados nas altas camadas da atmosfera venusiana, acima das nuvens tóxicas.
Ali, a temperatura e a pressão do ar são semelhantes à da superfície terrestre. Por isso, seria fácil manter condições confortáveis dentro dos balões enquanto eles flutuam sem precisar de combustível.
Para astrônomos, mares de Titã contêm hidrocarbonetos, o que poderia dar origem à vida. [Imagem: NASA]
Navegando pelos mares de Titã
Titã, o maior satélite natural de Saturno, tem um sistema climático muito parecido com o da Terra, além de uma réplica do Rio Nilo.
A única diferença é que as nuvens são formadas por metano e é delas que vêm as chuvas que formam lagos e mares naquela superfície.
Tanto a Nasa quanto o Congresso Europeu de Ciência Planetária apresentaram propostas independentes de missões para fazer aterrissar um navio em um desses mares extraterrestres.
É claro que os obstáculos são imensos: as densas nuvens impossibilitam o uso da energia solar, então essas embarcações teriam que usar combustível nuclear. E a navegação por esses mares viscosos requereria uma propulsão inovadora, talvez na forma de uma broca gigante que perfurasse o líquido.
Infelizmente, a Nasa suspendeu seus planos para essa missão, enquanto a ideia europeia ainda está dando seus primeiros passos.
Europa poderia ser explorada por robôs capazes de perfurar sua camada de gelo. [Imagem: NASA]
Rastejando sob o gelo de Europa
Talvez um objetivo mais promissor esteja sob a camada de gelo de Europa, uma das quatro luas de Júpiter.
Nestes confins do Sistema Solar, o Sol oferece muito pouco calor, mas é possível que exista água morna correndo sob o gelo, aquecida pela atividade tectônica do satélite.
Para chegar lá, seria necessário criar um "criobot" - um robô criogênico -, uma sonda especial capaz de abrir caminho por vários quilômetros de gelo.
O atual projeto da Nasa, chamado Valkyrie, aquece a água usando uma fonte de energia nuclear e a faz jorrar sobre o gelo. O Valkyrie, então, coleta a água escoada do gelo derretido para continuar o processo. Um pequeno protótipo, testado no ano passado no Alasca, conseguiu atravessar 8 quilômetros de gelo em um ano.
O projeto agora está recebendo financiamento para ser aprofundado. Se tudo der certo, essa ideia poderá nos oferecer uma visão inédita da vida fora da Terra, já que esses oceanos sob o gelo poderiam estar incubando alguma forma de existência alienígena.
A Nasa planeja agarrar um asteroide para permitir a coleta de amostras. [Imagem: NASA]
Agarrando um asteroide
Se a tarefa de aterrissar sobre um cometa era ambiciosa, a Missão de Redirecionamento de Asteroides da Nasa soa quase absurda.
O plano é identificar, capturar e enviar um asteroide para a órbita da Lua, onde astronautas poderiam se aproximar dele para colher amostras.
Assim como a missão Philae, a análise desses corpos espaciais poderia fornecer novas pistas sobre as origens do Sistema Solar e ao mesmo tempo nos ajudar a desenvolver uma tecnologia para desviar asteroides que potencialmente viajem em direção à Terra.
Até agora, a Nasa afirma estar examinando seis asteroides que poderiam servir de alvos.
Os engenheiros, no entanto, ainda não decidiram como fariam para agarrar o asteroide. Uma das possibilidades é envolvê-lo em um gigantesco saco inflável.
Se tudo correr conforme o planejado, a Nasa acredita que astronautas serão capazes de estudar o corpo celeste capturado já dentro dos próximos 15 anos.
O tempo é uma das maiores incógnitas para as viagens espaciais de longa duração. [Imagem: 100 Year Starship/Divulgação]
Viajando pelas estrelas
Que tal uma viagem até Alpha Centauri, a estrela mais brilhante da constelação de Centauro?
As crianças de hoje poderão crescer a tempo de assistir a esse enorme passo da humanidade, caso o projeto 100 Year Starship seja concluído.
Trata-se de uma empreitada conjunta da Nasa e da Agência de Projetos de Pesquisa Avançada em Defesa dos Estados Unidos (Darpa, na sigla em inglês), que tem por objetivo criar as bases para permitir que o homem viaje a uma estrela dentro dos próximos cem anos.
Por enquanto, os cientistas estão analisando todos os mecanismos possíveis, incluindo uma hipotética propulsão antimatéria. Também estão montando estratégias para superar os efeitos devastadores das viagens espaciais sobre o corpo humano.
As chances de esse projeto dar certo são reconhecidamente ínfimas, se considerados os avanços da ciência até hoje.
Mas, há 150 anos, a visão de Júlio Verne de uma aterrissagem do homem na Lua também devia parecer algo de outro mundo, em uma época em que os aviões nem existiam. O filme Interestelar, com Matthew McConaughey e Anne Hathaway, pode, afinal, não ser tão fantasioso assim
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