sexta-feira, 5 de abril de 2013

POIS É ESSE GOVERNO PETISTA NÃO APÓIA ( CADÊ A RECONSTRUÇÃO DA BARREIRA DO INFERNO PROMETIDO PELO LULA NA SUA PRIMEIRA GESTÃO NO GOVERNO ), MAS OS OUTROS PAÍSES ESTÃO DE OLHO NOS NOSSOS CÉREBROS.


Experimento brasileiro investigará radiações solares enigmáticas

Com informações da Agência Fapesp - 04/04/2013
Experimento brasileiro investigará radiações solares enigmáticas
O Solar-T, destinado a detectar emissões com frequências superiores a 1 trilhão de Hertz (terahertz) será levado a 40 quilômetros da superfície terrestre por balões estratosféricos. [Imagem: Agência Fapesp/Divulgação]
Radiação solar
Um equipamento brasileiro para medições da radiação solar será enviado em breve a 40 quilômetros da superfície terrestre, em voos de longa duração a bordo de balões estratosféricos.
O experimento, denominado Solar-T, destina-se a explorar um dos aspectos menos conhecidos e mais enigmáticos da atividade do Sol.
No estudo das emissões solares, a faixa dos terahertz (THz) do espectro eletromagnético, situada entre as micro-ondas e o infravermelho próximo, foi praticamente desconsiderada até recentemente.
O Solar-T opera na faixa de frequências dos terahertz (1 trilhão de Hertz ou 1012 Hz), correspondente a comprimentos de onda inferiores a 1 milímetro,
"Imaginava-se que ela fosse pouco importante, abrigando eventualmente apenas a radiação proveniente de fenômenos de origem térmica. Mas descobertas relativamente recentes, realizadas nas frequências de 0,2 THz e 0,4 THz, mudaram essa concepção", disse o coordenador do experimento, Pierre Kaufmann, do Centro de Radioastronomia e Astrofísica Mackenzie (Craam) da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
As emissões em terahertz, associadas a explosões solares, foram detectadas peloradiotelescópio solar para ondas submilimétricas operado em El Leoncito, nos Andes argentinos. E, por seu ineditismo, essa descoberta causou grande perplexidade e agitação entre os cientistas.
"Ela deu início a uma década de enormes esforços teóricos e experimentais voltados para a elucidação do fenômeno. Foi por isso que dedicamos de oito a nove anos à concepção e à construção do Solar-T, em colaboração com o Centro de Componentes Semicondutores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e o Observatório Solar Bernard Lyot, de Campinas (SP)", comentou Kaufmann.
Entre radiotelescópio e telescópio óptico
A suposição é que as emissões em terahertz, ou "radiação T", como às vezes são chamadas, decorram de mecanismos de aceleração de partículas a altos níveis de energia, antes insuspeitados.
Uma das hipóteses é a de que as emissões sejam produzidas por elétrons ultrarrelativísticos [acelerados por campos eletromagnéticos até velocidades próximas à da luz]. "Outras cogitações relacionam sua origem com o decaimento depíons, produzindo pósitrons de alta energia", disse Kaufmann.
O Solar-T, que poderá ajudar a elucidar esse mistério, é, basicamente, um sistema de fotômetros - medidores de intensidade de fótons.
Mais especificamente, o experimento é composto por: dois fotômetros; coletores; filtros para bloquear radiações de frequências indesejáveis (infravermelho próximo e luz visível), que poderiam mascarar o fenômeno; fontes de alimentação; e sistema de telemetria, para o envio de informações à Terra por ondas de rádio, valendo-se da rede Iridium de satélites.
"O Solar-T é um telescópio quase rádio e quase óptico. Não forma imagens, como os telescópios ópticos, mas detecta e mede radiações cujas frequências situam-se entre o limite superior do rádio (micro-ondas) e o limite inferior da luz visível (infravermelho)", resumiu Kaufmann.
A necessidade de lançar o equipamento à estratosfera se deve ao fato de a atmosfera bloquear quase toda a radiação terahertz recebida pela Terra. "A interpretação do mecanismo de produção da radiação T depende da maior obtenção de dados relativos a essa faixa do espectro. E a atmosfera terrestre é altamente opaca a ela", disse.
"Em El Leoncito, conseguimos explorar duas pequenas 'janelas', nas frequências de 0,2 THz e 0,4 THz. Mas precisamos investigar frequências mais altas. O Solar-T vai operar em 3 THz e 7 THz e observar todo o disco solar, detectando qualquer pequena variação decorrente de explosões que venham a ocorrer em pontos localizados", explicou Kaufmann.
Experimento brasileiro investigará radiações solares enigmáticas
descoberta dos raios T vindos do Sol, feita em um telescópio solar no Chile, causou grande perplexidade e agitação entre os cientistas. [Imagem: CRAAM]
Balões estratosféricos
Uma alternativa ao uso de balões estratosféricos é enviar o Solar-T a bordo de satélites. Porém, se isso ocorresse, o que se tornaria "estratosférico" seria o custo do experimento.
Uma segunda opção é transportar outra versão do Solar-T a locais em grande altitude, muito secos e frios, como, por exemplo, o Altiplano do Atacama, para observar a radiação em "janelas" atmosféricas de frequências terahertz. Essa opção não está excluída, mas apresenta difíceis exigências de infraestrutura.
Segundo Kaufmann, o transporte em balões terá para o experimento brasileiro um custo praticamente zero. Devido ao alto impacto de artigos publicados em revistas científicas e ao sucesso de apresentações em conferências, os pesquisadores brasileiros receberam o transporte como oferta de colaboração.
"Acolhemos dois convites: um, para um voo de 7 a 10 dias sobre a Rússia, em colaboração com o Instituto de Física Lebedev de Moscou; o outro, para um voo de duas semanas sobre a Antártica, em cooperação com a Universidade da Califórnia em Berkeley", disse.
Como esses balões gigantescos levam a bordo vários equipamentos, com cargas totais da ordem de 8 a 12 toneladas, e o aparato brasileiro pesa apenas cerca de 60 quilos, as datas de lançamento podem sofrer alterações para a compatibilização dos cronogramas dos diferentes experimentos. A missão sobre a Rússia está prevista para julho ou agosto de 2014. E a missão sobre a Antártica, para o verão 2015-2016 no hemisfério Sul, precedida de voo-teste de um dia sobre o Texas, no ano anterior.
No voo sobre a Antártica, o Solar-T será instalado junto ao experimento de raios gama GRIPS, da Universidade da Califórnia em Berkeley, que tem seu próprio sistema automático de apontamento e rastreio do Sol. O balão será lançado e recuperado na base norte-americana de McMurdo, situada na ilha vulcânica de Ross, próxima à costa antártica.
Segundo Kaufmann, o voo sobre a Rússia, lançado de Kamchatka, no extremo leste da Sibéria, e recuperado em Volgogrado, requererá uma gôndola para o rastreio automático do Sol, desenvolvida e construída em colaboração com a Universidade da Califórnia em Santa Bárbara.
"As missões do Solar-T em balões estratosféricos devem ser realizadas, necessariamente, em curto prazo, para aproveitar, nos próximos poucos anos, a fase cíclica de intensificação da atividade solar, na qual as explosões se tornam mais frequentes", disse Kaufmann.
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