Britânico 'FT' chama Brasil de 'peso-pesado humilhado'
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DE LONDRES
Em reportagem publicada nesta terça-feira, o jornal britânico "Financial Times" chamou o Brasil de "peso-pesado humilhado" devido ao baixo crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) no ano passado.
A publicação afirmou que o país precisa encontrar novas fórmulas para reaquecer sua economia e destacou que a expansão de 0,9% em 2012 foi a menor entre os Brics, o grupo de emergentes que também inclui Rússia, Índia, China e África do Sul.
"Os investidores estão trocando o Brasil pelo México, algo impensável há apenas dois anos", escreveu o jornal.
Num texto crítico à política econômica do governo federal, o "FT" acusou o Planalto de ter promovido um "surto de intervencionismo" a partir de 2009, com medidas protecionistas para estimular a produção local.
O jornal disse que a presidente Dilma Rousseff está "desesperada" para retomar o "milagre econômico" e sustentou que o baixo crescimento pode lançar uma "nuvem" sobre seus planos de reeleição em 2014, apesar da popularidade em alta.
Não houve menção às pesquisas Datafolha e Ibope de semana passada, que mostraram que ela seria reeleita hoje no primeiro turno.
De acordo com o "FT", as condições que impulsionaram a economia brasileira nos últimos anos não existem mais, o que tornaria mais difícil o desafio do governo daqui para a frente.
"O ponto de consenso é que o vento de cauda da última década, com preços das commodities em alta e entrada de capital externo, acabou", afirma a reportagem.
IMPASSE
O presidente do Itaú, Roberto Setubal, disse ao jornal que o país está diante de um impasse e precisa de mudanças na política econômica.
Ele afirmou não saber quanto o país poderá voltar a crescer num cenário internacional adverso. "É uma questão para a qual nós não temos uma resposta hoje. Claramente, o Brasil precisa mudar seu modelo", disse o banqueiro.
Para o "FT", Dilma sinalizou um recuou no intervencionismo ao autorizar o aumento na gasolina no fim de janeiro e agora deve se equilibrar entre mudanças estruturais na economia e concessões a setores "politicamente importantes" da indústria.
O texto cita o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), como possível obstáculo à sua reeleição em 2014. "Se a indústria começar a dispensar trabalhadores, pode comprometer seus planos de reeleição e dar gás a novos competidores, como Campos", afirma.
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