Como já falamos poucos minutos atrás, o STF vai julgar o acordo de impunidade entre Janot e Joesley. Não é novidade que toda essa atrocidade foi homologada por Fachin.
O julgamento de hoje vai definir se Fachin fica ou não na relatoria do caso, mas isso nem é mais importante. A Corte está tão desmoralizada que qualquer um que substitui-lo ficará sob o mesmo descrédito. Só se vê partidarismo e pouca coerência. Pode vir alguém pior ou melhor que Fachin, mas isso só conta em termos políticos. É uma pena que as coisas tenham chegado a esse ponto, mas o povo já percebeu a falta de republicanismo. Jogo jogado. A questão da relatoria nem é tão importante.
O mais grave é a questão do acordo de impunidade dos irmãos JBS, que pode ser revogado, mas a decisão será pau a pau. Se o acordo de impunidade for mantido, as consequências serão terríveis, pois todos os parâmetros morais do Brasil caem por terra, bem como suas instituições. Entramos no clima de Mad Max político. A única esperança é que o acordo seja cancelado.
Para piorar, setores da mídia estão se esforçando em defender seu novo bandido de estimação: Joesley Batista. Defendem com unhas e dentes o acordo de impunidade.
Em uma das linhas narrativas, estão dizendo que "se o acordo for revisto, isso seria um golpe moral nas delações premiadas", resultando em consequências adversas para a Lava Jato.
A mentira é descarada, pois a maior quantidade de pessoas presas teve origem em delações resultantes de pessoas que tiveram prisões preventivas decretadas, ou seja, não receberam acordos de total impunidade. É só contar a quantidade de pessoas presas e notar que quase todas não dependeram de acordos de total impunidade para estarem lá.
Não há qualquer lógica para dizer que "todos deixarão de delatar" se o acordo de total impunidade dos irmãos JBS for cancelado. Pelo contrário, sempre existirão pessoas presas que irão pensar: "Será que vale ficar 30 anos na cadeia, como Marcos Valério, ou delatar e cumprir 1/3 ou 1/4 da pena?". A partir daí, vão delatar.
Ademais, um possível cancelamento da delação da JBS irá manter todas as provas coletadas. Ou seja, além de ver os delatados poderem ir para a cadeia (como antes), teremos os delatores indo junto, provavelmente dividindo celas com eles. Seria fantástico e daria uma motivação extra para o povo lutar contra a corrupção.
Se um golpe mortal pode ser desferido contra a Lava Jato, ele estaria na manutenção do acordo de total impunidade dos irmãos JBS, pois isso desanimaria o povo na luta contra a corrupção, uma vez que estaríamos no clima de "vale tudo" e de fim das instituições.
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