Responsável por firmar nove acordos de delação premiada de réus da Operação Lava Jato, a advogada Beatriz Catta Preta disse ao “Jornal Nacional” que deixou o caso e decidiu abandonar a advocacia porque se sentiu ameaçada.
“Depois de tudo que está acontecendo, e por zelar pela minha segurança e dos meus filhos, decidi encerrar minha carreira”, afirmou.
Segundo ela, a pressão aumentou após um de seus clientes, o lobista Júlio Camargo, mencionar em depoimento que pagou US$ 5 milhões em propina ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). “Vamos dizer que [depois do depoimento de Júlio Camargo] aumentou essa pressão, aumentou essa tentativa de intimidação a mim e à minha família”, disse.
A advogada também revelou que chegou a receber ameaças veladas. “Não recebi ameaças de morte, não recebi ameaças diretas, mas elas vêm de forma velada, elas vêm cifradas”.
Questionada sobre o valor de R$ 20 milhões que teria recebido por seus honorários na Lava Jato, Catta Preta afirmou que o número é “absurdo”. “Não chega perto da metade disso”, disse. A advogada explicou que os pagamentos foram feitos no Brasil por meio de transferência bancária ou em cheque, com emissão de nota fiscal e recolhimento de impostos.
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