NOTA À IMPRENSA
Marco Aurélio Garcia mentiu na entrevista que concedeu neste sábado (20) ao jornal O Estado de S.Paulo quando afirmou que a comissão de representantes do Senado brasileiro não havia procurado encontrar-se com o governador Henrique Capriles, representante, a seu ver, de uma linha mais moderada da oposição venezuelana.
A mentira no debate político é recurso habitual dos líderes do Foro de São Paulo, clube bolivariano do qual o senhor Garcia é sócio-fundador. Ele tem o título de Assessor Internacional da Presidência. De fato, é ele, e não a Presidente, quem conduz a diplomacia brasileira: daí a relevância do embuste.
O PT insiste em afirmar que a oposição venezuelana não tem futuro por causa de suas divisões classificadas como "inconciliáveis" entre radicais e moderados. Garcia quer agora apresentar a oposição brasileira, e também setores da situação hostis ao bolivarianismo na versão venezuelana, como fomentadores dessa divisão por privilegiarem o diálogo com uma ala, a dos políticos encarcerados, em detrimento de outra, a do governador Capriles ainda em liberdade.
Mentira!
O encontro com Capriles estava, sim, agendado para as 18 horas. E só não se deu em razão da agressão teleguiada pelo governo de Maduro que mereceu, aliás viva reprovação do governador Capriles , conforme se pode ler em sua conta no Twiter @hcapriles.
"Que vergüenza mandar trancar la vía @NicolasMaduro de paso de delegacíon Senadores Brasil!Venezuela te quedó demasiado grande!"
A oposição venezuelana é composta de várias correntes com sensibilidades políticas diversas, o que é natural em movimentos que se batem contra regimes autoritários. No Brasil, nos anos de chumbo, não foi diferente.
Os democratas venezuelanos, que não pensam com a mesma cabeça, têm o mesmo objetivo político nesse momento: a realização de eleições livres (acompanhadas por observadores isentos), o que pressupõe a libertação dos presos políticos e o fim da repressão aos opositores e garantia de liberdade de expressão.
Esta é a saída pacífica, constitucional, que permitiria à Venezuela reencontrar-se com a democracia. O governo brasileiro pode e deve exercer a liderança a que aspira se abandonar a atitude de cumplicidade covarde com que vem se conduzindo até agora na relação com o regime Maduro.
Aloysio Nunes Ferreira
Senador
Presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional
Brasília, 20 de junho de 2015
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