quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

BRASILEIRO HONRADO E MACHO.



General Augusto Heleno um fenômeno de credibilidade entre os Brasileiros que buscam mudanças nos rumos do país

Aos 67 anos, o general Augusto Heleno Ribeiro Pereira é um fenômeno, Ele tornou-se uma celebridade instantânea ao dizer que a política indigenista do governo Luiz Inácio Lula da Silva era “lamentável, para não dizer caótica,” afirmação que lhe custou o comando militar da Amazônia. De lá para cá, ironizou o “passado ilibado” de Renan Calheiros, criticou a política econômica do ministro da Fazenda, Guido Mantega, e chamou o acordo do Mercosul de um “mero tratado bolivariano”. Heleno já definiu o ex-ministro José Dirceu como o “maior colecionador de rabos presos” da República, Aliados e amigos do general afirmam que, ainda que a legislação impeça uma candidatura própria, irão entrar na campanha como parte de um “movimento anti-PT.” O capitão Augusto Rosa, um dos mais ativos aliados do general, faz críticas ao programa Bolsa-Família que a oposição civil abandonou há muitos anos. “Estamos criando uma geração de pais vagabundos que não servem de referência para os filhos.” Desde a redemocratização do País, é a primeira vez que se consolida entre as Forças Armadas um movimento que pretende se valer do voto e das vias democráticas para colocar suas posições. Os militares que se articulam em volta de Heleno pretendem formar o Partido Militar Brasileiro, PMB, que anuncia ter conseguido filiar 490 mil eleitores para obter registro no TSE – se todas as fichas forem regulares, faltarão 80 mil para que possa chegar ao registro definitivo, “É preferível ter um partido pró-militares disputando eleições a ter grupos em atitude de confronto com o sistema democrático. Grande parte da população considera a democracia como frágil, corrupta, inoperante, como se um regime forte e antidemocrático não padecesse de situação similar. Mas o regime democrático pode perfeitamente incorporar essa iniciativa.” Os militares estão misturados à política brasileira desde a Proclamação da República, que foi obra de um golpe militar. Depois de Deodoro e Floriano, os dois primeiros presidentes, o Brasil teve um terceiro general presidente, Eurico Dutra. Além deles, no pós-guerra surgiram dois candidatos competitivos, ainda que derrotados nas urnas, o brigadeiro Eduardo Gomes e o general Henrique Lott. Uma diferença é que esses candidatos nasceram no interior de partidos civis, enquanto o movimento que carrega o general Heleno nasceu no universo militar, em suas famílias e associações de reservistas. Os militares têm causas que seduzem muitos eleitores, como o combate às cotas raciais e também ao casamento entre homossexuais. Sua agenda, no entanto, tem vários elementos típicos da caserna.

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