NO FUNDO NO FUNDO
Sua coluna quinzenal de fundos
Samba de um juro só
Os bons gestores de multimercados não se intimidaram com o estresse nos juros. “A nossa principal convicção continua a ser que as taxas de juros reais estão em patamar errado, e aproveitamos a volatilidade recente para alongar marginalmente as posições”, escreveu a equipe do fundo Verde, de Luis Stuhlberger, na última carta.
A gestora Garde, na carta de ontem, foi na mesma linha: “a decepção com a atividade e a melhora da inflação vão permitir um ciclo de queda de juros mais intenso do que o imaginado anteriormente”.
Para completar a banda, recebi nesta semana um e-mail de um renomado gestor indignado com os passos de tartaruga do Banco Central. “Acho um absurdo, a economia emburacando, as empresas no high de inadimplência, tudo parado, e os caras lá, paradões achando que está tudo bem. NÃO ESTÁ!”.
Assinamos em baixo. Como diria a Marília, coragem BC!
Parabéns a você e a toda equipe Empiricus por nos alertar sobre as altas taxas cobradas pelos bancos. Veja o exemplo: estou recebendo uma correspondência do Itaú Unibanco, me comunicando que ocorreu uma redução na taxa de administração para 1,5 por cento, sobre o patrimônio do fundo Kinea Sistemático. Espera-se que também outras instituições financeiras acordem para a realidade. Humberto L.
Muito bem observado, Humberto. Em novembro, a Kinea, gestora pertencente ao Itaú, diminuiu as taxas de administração dos fundos Sistemático e Macro Multimercado de 2 por cento para 1,5 por cento ao ano, agora condizentes com os retornos esperados dos fundos.
Itaú, que tal seguir o exemplo e diminuir a taxa daquele DI sobre o qual falamos há seis meses? Para recordar: Itaú Prêmio, 3,9 por cento ao ano.
Já que hoje é dia de falar de conflitos, acompanhei de perto a discussão da Instrução nº 555 da CVM, a regra para fundos. Havia um objetivo explícito do órgão regulador lá: que o rebate (epa, palavra proibida) ficasse mais explícito ao investidor.
Chegou a ser veiculado que a instrução proibia o rebate, o que não é verdade. A CVM apenas exigiu que, em fundos de fundos, nenhuma comissão seja paga por fora, mas sim somada à taxa do alocador, de forma a ficar visível ao cotista.
Na distribuição, a CVM exigiu que o gestor torne explícita na lâmina de informações essenciais a política de distribuição do fundo, no item 10, com a descrição da forma de remuneração dos distribuidores. Em um mundo lindo, deveríamos descobrir ali se o gestor paga ou não rebate e quanto. Daria para comparar um com o outro.
Abri aqui algumas lâminas de fundos que pulam do item 9, simulação de despesas, diretamente para o 11, serviço de atendimento ao cotista. Como diria minha mãe, comeram o 10 com o angu?
Você gosta de pagar imposto?
Quer dar um drible no Leão? Calma, totalmente legal. Um caminho é um fundo de debênture de infraestrutura. Escolhemos o melhor do mercado e explicamos em detalhes como funciona o produto.
Existe outra forma de evitar a mordida da Receita nos seus investimentos: vou detalhá-la em um webinar para assinantes na sexta-feira, às 15h. Espero você lá!
Encerro com quem não topou substituir isso por aquilo e ficou feliz:
“Gostaria de compartilhar com você a informação de que, após muito discutir com meu gerente de relacionamento no Itaú, consegui viabilizar a portabilidade de meu fundo de previdência para o fundo administrado pela Verde, mesmo não sendo cliente Private. Não foi fácil, mostrei que conseguiria aplicar no fundo através da Icatu via XP investimentos, com uma aplicação mínima de 30 mil reais e mensais de 500,00 reais. Logo, se eles não aceitassem a portabilidade interna, eu a faria através da XP. Depois de me oferecerem o Kinea e muito regatearem, dobraram-se. A Empiricus está mudando a forma dos bancos tratarem seus clientes”. Carlos J.
Percebeu que apareci em um dia diferente, né? A partir de hoje nossos encontros são sempre às quartas.
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