Seis dias após o seu aniversário, numa data como a de hoje, tombaria assassinado, covardemente, numa tocaia, no interior de sua casa, nos idos de 22 de dezembro de 1988, à margem de um dos tantos rios que cortam a Amazônia.
Morreu sem saber que fora Chico Mendes. Um assassinato que, como tantos outros, não era alheio ao sistema, ao Governo, às autoridades de seu tempo.
Morreu pedindo socorro, principalmente para que cessassem a derrubada da floresta, da mata amazônica, a destruição de rios que o viram nascer, assim como a centenas de seus companheiros.
Morreu imaginando uma parceria entre índios e seringueiros, os primeiros ocupantes da maior floresta existente na Terra, e, no entanto, morreu, imaginando que a sua morte como a de tantos outros, seria em vão.
Acompanhei os últimos dias da via crucis de Chico Mendes, e na última entrevista que ele me concedeu, em minha casa, aqui no Rio, onde se refugiara e já fugia de seus matadores, ficou claro que morreria.
Certamente em vão. O que não aconteceu.
Nenhum comentário:
Postar um comentário