Chego ao caixa do Supermercado.
A funcionária, com o sofrimento nos olhos e um profundo desencanto na boca, pergunta se tenho o cartão de fidelidade.
Digo que não. Não sei bem do que se trata. Ela pergunta pelo CPF, faço um esforço de memória, e resgato. Ela parabeniza e completa.
- Na sua idade, caído como se encontra, é visível, ainda ter memória para guardar números e senhas? Parabéns.
Agradeço. Ela completa:
- Hoje tem senha pra tudo. Pra telefone, pra banco, pra mercado, e até pra outras confirmações.
Indago quais.
- Tenho uma amiga, que se o marido não disser a senha da relação entre os dois, tem confusão.
- Ela só vai dormir com ele, revelada a senha. Casa pequena, com um único quarto, vai até pro quarto dos dois, mas vai de calça.
- Calça bem justa.
Dei um até logo, ela sorriu com generosidade, agora sem o sofrimento nos olhos, tampouco o desencanto na boca, e pensei;
- Égua!...
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