Já que pediram, vamos à memória.
Não tenho, uma pena, ideia de quem me enviou esse portfólio de imagens. Sei do tempo. Segunda metade dos anos 80, antes e depois do assassinato do Chico Mendes.
Antes porque já vinha registrando a resistência dos seringueiros, os conflitos sociais, a derrubada das matas, os incêndios para a implantação das fazendas de gado.
Na foto principal, disto tenho memória, fazia a "passagem" de uma gravação, numa sepultura próxima à de Chico Mendes, enterrado meses antes.
Tenho também viva na memória o aviso que dava ao câmera; - "enquadra bem, mermão, que o Chico tá marcado pra morrer. Ele próprio ria, e não falávamos mais no assunto."
À noite, num hotelzinho fuleiro, hotel(?) de Xapuri, falava pra rapaziada da equipe:
- Vocês acham que o Chico e eu estamos brincando? Ele é a bola da vez. O que estamos tentando com essas reportagens é retardar ao máximo essa morte anunciada".
As outras fotos são pedaços de sentimentos idos e vividos.
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