Entenda a diferença das HDTVs de 2K, 4K e 8K
Esqueça a ideia que aquela sua HDTV que você comprou no Natal, fruto das economias de um ano inteiro, é a última palavra em termos de alta definição de imagem. Lá fora, já estão em desenvolvimento produtos que prometem entregar uma definição ainda maior para filmes, programas de TV e eventos esportivos. E no futuro, a sua TV Full HD terá a mesma importância que uma TV de CRT tem hoje.
Neste post, vamos explicar de forma breve quais as diferenças básicas entre os novos formatos de resolução de imagem, e o quanto elas estão distantes (ou não) de nossa realidade comercial. Para começar, a primeira coisa que você precisa saber é que estão em desenvolvimento pelo menos três novos formatos de imagem, a 2K, a 4K e a 8K, e elas não se diferenciam apenas no tamanho.
Mas antes, uma explicação
Vale a pena explicar algumas coisas para aqueles que não estão muito familiarizados com o assunto. Vamos usar muito nesse texto a letra “K” como elemento de medida. No nosso caso, “K” se refere à resolução vertical em quantidade de linhas (pixels) das imagens. No nosso caso, um K equivale a 1024 unidades, por se tratar de um sistema digital (se o assunto fosse Física, um K é igual a 1.000 unidades). E, para simplificar, vamos apenas usar os termos 2K, 4K e 8K, mas com o cuidado de colocar as resoluções em cada uma delas, para que o comparativo seja mais completo e prático.
Resolução 2K (2048 x 1080p)
A resolução 2K é aplicada à imagens que contam com 2.048 pixels de resolução horizontal. Foi idealizado pelo DCI (Digital Cinema Initiative, consórcio formado pelos principais estúdios de Hollywood) no final da década de 1990, e a partir dos meados dos anos 2000, começou a fazer parte da primeira geração das telas de cinema digital e nas salas IMAX.
Uma imagem em 2K possui resolução de 2048 x 1080 pixels. A título de comparação, essa resolução é um pouco maior do que a resolução presente na HDTV da sua casa, que é de 1920 x 1080p. Poucas TVs hoje são comercializadas com a resolução 2K. O motivo é que temos pouquíssimas produções televisivas e transmissões ao vivo exibidas nesse formato, que como já informamos anteriormente, foi concebido para ser utilizado nas salas de cinema.
Essa resolução também oferece um problema de distorção de imagem em telas maiores, já que boa parte dos conteúdos exibidos ainda estão em Full HD. No caso de algumas salas de cinema, os filmes já estão planejados para esse formato de imagem, mas ao longo dos anos, não se pensou em trazer essa tecnologia para as salas de casa. Logo, o salto dessa plataforma para as residências nunca se justificou.
Até o momento em que criaram a resolução 4K
Resolução 4K (4096 x 2160p)
Aqui, a coisa muda de figura, para o cinema, para a tela do seu computador, e para a TV que você terá na sua casa no futuro. A reprodução das imagens nesse formato é, no mínimo, quatro vezes maior que as TVs Full HD atuais. É como se você tivesse um quadrado formado por quatro telas de 1920 x 1080p. Na verdade, é bem melhor que isso.
O formato 4K começou a ser adotado nas salas de cinema em 2006/2007, e criou uma verdadeira revolução no setor, já que a definição da imagem era muito maior do que a imagem em 2K. Além disso, a proporção da imagem é mais ajustada, permitindo que você projete vídeos em telas muito grandes, mas sem uma perda visível na resolução das imagens. Filmes como “Avatar” se beneficiaram diretamente do desenvolvimento da resolução 4K.
Além disso, o formato também começa a ocupar espaço na internet. O YouTube recentemente permitiu que alguns usuários selecionados enviassem vídeos em resolução 4K. Tudo bem, para nós, brasileiros, fica um pouco complicado enviar um filme de 70 minutos (ou 2.6 terabytes) para o YouTube, principalmente com a internet que temos por aqui. Mas em países onde a banda mínima de internet é de 100 Mbps, a proposta se torna víavel.
E pensando nesse futuro, alguns fabricantes e canais de TV começam a fazer os primeiros experimentos de transmissões nesse formato. Fabricantes como Sharp, IBM, Toshiba, Sony, Panasonic, entre outros, começam a fabricar câmeras, monitores e televisores com a resolução 4K ou QFHD (Quad Full High Definition, em 3840 x 2160p, mais utilizada em monitores). A Toshiba larga na frente na comercialização de TVs 4K, e anunciou na CES 2012um modelo com 3D que dispensam o uso de óculos. A resolução tem sido um dos destaques da feira de Las Vegas, e está presente nos ultrabooks, tablets e TVs anunciados no evento.
A rede de TV japonesa NHK anunciou no final do ano passado que vai fazer os primeiros testes dessa nova tecnologia durante a transmissão dos Jogos Olímpicos de Londres. Pelo fato de ainda não existirem televisores que suportem tal resolução, algumas salas de cinema japonesas, ou salões especialmente preparados para a projeção exibirão os eventos esportivos na nova tecnologia.
Outro ponto que contribui para o desenvolvimento desse novo padrão de transmissão de TV é que a Organização Internacional de Telecomunicações chegou a um acordo sobre os padrões técnicos de fabricação de produtos com 4K, o que pode fazer com que os produtos fabricados com esse padrão fiquem gradativamente mais baratos, o que vai ajudar na expansão dessas novas TVs no mercado nos próximos anos.
Mas… podemos melhorar isso, não é mesmo?
Resolução 8K (7680 x 4320p)
Resolução 8K (7680 x 4320p)
UHDTV (Ultra High Definition Television), ou como prefere o pessoal da NHK, SHV (Super Hi-Vision). O nome não importa. O que você precisa saber é que esse é o formato de imagem do futuro. Se você é bom de contas, já descobriu que a resolução 8K é simplesmente 16 vezesmaior do que a Full HD da sala de sua casa.
A grande vantagem desse formato é que ele foi pensado, desde o começo, para ter como destino final os lares dos usuários. Canais de TV e fabricantes continuam pensando em telas gigantes, para aproveitar todo o potencial dessa resolução, mas com as lições aprendidas no desenvolvimento de câmeras, TVs e monitores em 4K, a evolução do 8K é mais rápida, com resultados mais consistentes.
Os japoneses são aqueles que estão mais próximos de lançarem um produto final com a resolução 8K. Em maio de 2011, a NHK realizou com sucesso a primeira transmissão de TV com a resolução Super Hi-Vision, e recentemente eles apresentaram em parceria com a Sharp um protótipo de TV de 85 polegadas com a resolução 8K.
Outra vantagem do formato é que os fabricantes poderão incluir nessas TVs um sistema de áudio de altíssima fidelidade sonora, acompanhando a alta qualidade do conteúdo exibido na tela. A má notícia é que não veremos essa tecnologia no mercado antes de 2020.
De qualquer forma, podemos dizer que você pode ficar tranquilo com sua nova TV Full HD com 3D. Apesar das novas soluções do futuro nesse mercado de HDTVs, ela ainda será o centro das atenções da sala de sua casa por mais alguns anos. E, enquanto o futuro não chega, vale a pena ir guardando algum dinheiro para as futuras aquisições.
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