As estratégias da NASA para desviar um asteroide
Com informações da BBC - 04/07/2017
A NASA planeja atingir o asteroide Didymos para provar sua técnica de deflexão.[Imagem: NASA/JHUAPL]
Asteroide binário
A NASA continua investindo em uma missão ambiciosa: desviar um asteroide que passará perto da Terra.
O alvo é um asteroide chamado Didymos ("gêmeo" em grego), na verdade um sistema binário, ou seja, dois corpos celestes: o Didymos A tem aproximadamente 780 metros de comprimento, e o Didymos B, um corpo menor que o circunda, tem uns 160 metros.
A previsão é de que esse asteroide duplo passe relativamente perto da Terra, a cerca de 11 milhões de quilômetros de distância, em outubro de 2022 e depois em 2024.
"O risco de impacto do asteroide é real, pergunte aos dinossauros," disse Jean Luc Margot, professor de astronomia da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA). "Diferente de outros perigos naturais como furacões, erupções vulcânicas, terremotos, etc, os impactos dos asteroides podem ser evitados com a tecnologia atual."
É aí que a NASA quer colocar em prática a primeira missão para demonstrar uma técnica de deflexão, isto é, de desvio do asteroide para proteger o planeta.
Como será a missão?
No momento, a NASA trabalha no projeto da missão DART, sigla em inglês para Teste de Redirecionamento do Asteroide Duplo.
"O DART será a primeira missão da NASA para colocar na prática o que é conhecido como técnica de pêndulo cinético - bater no asteroide para mudar sua órbita - a fim de defender a Terra de um possível impacto futuro," explica Lindley Johnson, especialista em defesa planetária da NASA.
E, para testar esse novo projeto, que ainda se encontra em uma fase preliminar, a agência espacial acredita que o Didymos é a melhor oportunidade.
"Um asteroide binário é o laboratório natural perfeito para esse teste," diz Tom Statler, cientista do programa DART. "O fato de o Didymos B estar em órbita ao redor do Didymos A faz com que seja mais fácil ver os resultados do impacto e garante que o experimento não mude a órbita de ambos ao redor do Sol."
Para o professor Margot, a escolha desse asteroide é boa porque ele é relativamente acessível para as naves espaciais atuais e é possível medir as mudanças induzidas pela manobra usando imagens de radar feitas a partir do solo.
O DART bateria contra o asteroide menor, o Didymos B, para mudar sua órbita. [Imagem: NASA/JHUAPL]
Mais rápido que uma bala
Segundo a NASA, o DART atingirá o Didymos B, o asteroide menor, "a uma velocidade de 6 km por segundo, nove vezes mais rápido que uma bala".
Com esse teste, será possível avaliar a mudança resultante na órbita de Didymos B ao redor de Didymos A. Isso permitirá determinar as capacidades do impacto cinético como uma estratégia de mitigação de asteroides.
"O DART é um passo crítico para demonstrar que podemos proteger nosso planeta de um impacto futuro de asteroides", diz Andy Cheng, do Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins, que também participa do projeto.
Segundo o professor Margot, a iniciativa está dentro das capacidades tecnológicas dos Estados Unidos, mas pode enfrentar o risco de cortes orçamentários.
"Se os responsáveis pelo orçamento não apoiarem o projeto, poderão ser considerados culpados pela perda de vidas e bens em caso de um impacto grande de um asteroide", opina Margot.
Nenhum comentário:
Postar um comentário