foto - edilson martins
Em tempos de Olimpíada 2016, já falida pelo que vaza, com o país não menos quebrado, vale, quem sabe, alguns resgates.
Joaquim Barbosa teria sido, no episódio do mensalão, o Torquemada dos corruptos.
Corrupção sempre existiu, e talvez seja anterior à primeira das profissões, cujo nome, por ser temporada olímpica, prefiro não revelar.
O país, sempre puniu a corrupção, o crime, o desvio de conduta, o roubo de carteira, principalmente quando seus agentes são negros ou mestiços. Colarinho branco, olhos claros, pele branca, não é que não aconteça, mas fica um pouco mais complicado.
Pois bem: JB é negro, e disso parece orgulhar-se, no que faz muito bem. Produziu, enlouquecendo o país, um novo paradigma; elite, mesmo branca, apanhada em flagrante delito, pode ver o sol quadrado, se é que as prisões ainda oferecem esse recurso.
E, no entanto, os índios, os primeiros escravos brasileiros, e o foram em todos os ciclos – pau-brasil, cana de açúcar, mineração, da borracha – também deram o seu troco.
Foram praticamente exterminados, ou subjugados para trabalhar como tal. Na bacia amazônica não havia menos de 5 milhões, e no litoral brasileiro esse número não era menor.
Pois bem; também deram o troco. Não poucas são a memória, os legados, nomes de ruas e avenidas, e, alimentos que nos deixaram.
Mas teve uma herança fatal, não só no Brasil, como de resto na América, e não menos para o mundo; o tabaco.
Os cigarros, charutos, narguilé, cachimbo, fumo mascado, enfim, a planta do fumo e seus associados, já mataram mais, até hoje, do que poderia perseguir a mais cruel das vinganças.
E continuam matando. De forma perversa.
Pode-se dizer; índios e negros foram escravizados, humilhados, excluídos, eliminados, mas terminaram oferecendo o troco, troco histórico, e que troco.
No caso dos índios, um troco silencioso, nem por isso menos cruel!
22/02/2015
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