Carta de Formulação e Mobilização Política - Terça-feira, 31 de maio de 2016
Todos os esforços devem ser feitos em torno da nova agenda econômica para que o desemprego, pior efeito da maior recessão já experimentada pelo país, pare de aumentar
A fila do desemprego, infelizmente, continua aumentando. Enquanto o país continuar perdendo dezenas de milhares de postos de trabalho por dia, todos os esforços terão de ser feitos para sepultar a receita maldita que nos trouxe a este buraco. Toda luta deve ser direcionada para fincar novos pilares baseados em outros preceitos econômicos, porque os que ainda estão em voga faliram.
Nesta manhã, o IBGE divulgou os números mensais do desemprego, relativos ao trimestre encerrado em abril. O país tem agora 11,4 milhões de pessoas sem trabalho. A taxa de desocupação atingiu 11,2%, a mais alta da série da Pnad Contínua e já em níveis alarmantes para os padrões mundiais. Para ficar em alguns exemplos, nos EUA a taxa é de 5% e na zona do euro, de 10,2%.
De um mês para o outro, mais 300 mil brasileiros engordaram as estatísticas do desemprego. Na comparação com o trimestre (móvel) anterior, mais 1,8 milhão perderam seus empregos no país. Feitas as contas, significa que, na média, todos os dias 20 mil pessoas são postas na rua da amargura. Este é o tamanho da crise a ser enfrentada.
A alta do desemprego coincide com o calendário eleitoral. Desde a reeleição de Dilma, a taxa só fez aumentar. Saltou de 6,5% para os atuais 11,2%. Cinco milhões de brasileiros perderam seus empregos desde então. Isso tem que parar. Mas ainda pode demorar.
Outro indicador, o Caged, mostra que, nos últimos 12 meses, 1,8 milhão de vagas com carteira assinada foram eliminadas no país. Isso significa que o total de empregos destruídos desde o início de 2015 equivale à mesma quantidade que havia sido gerada ao longo dos três anos anteriores. Ou seja, trata-se de retrocesso de quase cinco anos no mercado de trabalho.
O desemprego em alta rebate em outro problema dramático para o país: os desequilíbrios nas contas públicas e, especialmente, no sistema de previdência. Com menos trabalhadores com carteira assinada, empresas fechando as portas e o buraco legado pela irresponsável política de desonerações do governo petista, o rombo só cresce.
Nos quatro primeiros meses do ano, o déficit da Previdência aumentou 60%. Até o sistema que reúne contribuintes e beneficiários urbanos, antes superavitário, passou ao vermelho. Neste ano, o rombo pode chegar a R$ 146 bilhões. Tudo isso torna imperativas mudanças que apontem para algum reequilíbrio futuro, sob pena de o sistema implodir.
O desemprego é a manifestação mais devastadora da crise econômica. É o legado mais doloroso dos 13 anos de irresponsabilidade e leniência do PT no comando do país. Virar esta página é o desafio que move todas as forças que agora se unem em torno do novo governo para fazer com que a maior crise experimentada pelo Brasil em toda a sua história passe a fazer parte do passado.
Este e outros textos analíticos sobre a conjuntura política e econômica estão disponíveis na página do Instituto Teotônio Vilela | ||
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terça-feira, 31 de maio de 2016
ESSA FILA TEM QUE ACABAR
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