Brasília vive a mais grave crise financeira de sua história. Durante este ano, com muito esforço, o Governo manteve a cidade funcionando e honrou os compromissos com seus servidores, mas, infelizmente, há momentos em que o sacrifício é a única maneira de assegurar o equilíbrio social.
O Governo não poderá pagar, a partir de setembro, as parcelas de aumento concedidas pela gestão passada sem previsão orçamentária e financeira a 32 categorias. Os reajustes são justos, mas não existem recursos suficientes para pagá-los. O empenho atual é para tentar pagar os salários em dia. Esse é o nosso principal objetivo.
Separar as decisões do governante dos sentimentos do homem comum é, para mim, um esforço a que me submeto como ônus do cargo que ocupo. Sou solidário à aflição dos trabalhadores que o Governo não poderá atender. O Distrito Federal e o Brasil vivem um momento de grandes perdas, em que devemos nos unir para manter o que já temos, pois as ameaças são enormes. A situação de Brasília é inacreditável.
O Distrito Federal herdou uma situação de caos, e o desastre econômico do país contaminou mais ainda as finanças do Governo. Para avaliar as proporções do que esta gestão tem de administrar, o Orçamento de 2015 previa um valor de R$ 16,8 bilhões para despesas com pessoal, diante de uma despesa real de R$ 19,3 bilhões, ou seja, um déficit de R$ 2,5 bilhões. Com custeio, a diferença entre o Orçamento e a realidade era de R$ 1 bilhão.
Além disso, havia como herança uma dívida de R$ 2,1 bilhões de despesas não contabilizadas do governo passado e outros R$ 891 milhões de restos a pagar. Ou seja, o rombo recebido foi de R$ 6,5 bilhões. Em meio a enormes dificuldades, enfrentando greves, negociando com sindicatos e tendo muitos desgastes, o Governo pagou pouco mais de R$ 1 bilhão das dívidas recebidas, mas o rombo ainda é de R$ 5,25 bilhões. Temos cortado na própria carne desde o início do ano. Reduzimos de 38 para 24 as secretarias de Estado, cortamos 4,5 mil cargos comissionados, economizamos com aluguel, combustível e contratos.
Já conseguimos economizar R$ 800 milhões. Agora, estamos fazendo mais cortes em meio a diversas medidas para reduzir a despesa e aumentar a receita do Estado, conforme anunciado nesta terça-feira. É muito difícil falar a famílias com números, neste momento de dificuldades, quando elas precisam de palavras de esperança. O Governo de Brasília sabe da importância da valorosa contribuição dos servidores públicos para a qualidade dos serviços oferecidos a toda a população. Este é um momento de união, que exigirá o esforço de todos nós para trazer dias melhores para a nossa cidade.
Atenciosamente,
Rodrigo Rollemberg, Governador do Distrito Federal.
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