Luiz Antônio Kalil Horta afirma ter sido pressionado por subordinados do ex-gerente de serviços da estatal Pedro Barusco
Em depoimento à Polícia Federal em um dos inquéritos da Lava Jato, o engenheiro eletricista da Petrobras Luiz Antônio Kalil Horta relatou ter sido pressionado por subordinados do ex-gerente de serviços da estatal Pedro Barusco para negociar licitações muito acima do valor estipulado. Ele afirmou que chegou a ser deslocado da comissão de licitações da Refinaria de Paulínia (Replan), no interior de São Paulo, após cancelar certames com preço maior que o previsto. Barusco admitiu ter recebido 97 milhões de dólares em propinas na estatal.
Segundo o engenheiro, o menor lance dado pelas empresas convidadas em uma licitação para ampliação da casa de força da refinaria em 2007 foi de 919 milhões de reais. O valor ficou muito acima da previsão inicial de 506 milhões de reais estimados pela área técnica da Petrobras, o que motivou o cancelamento da licitação. Contudo ao mencionar que iria adotar a medida, ele disse que foi procurado por seu chefe Jairo Luiz Bonet e pelo funcionário do serviço de engenharia da Petrobras (Segen, que faz as estimativas de preços das licitações da estatal) Fernando de Almeida Biato.
Na ocasião, ambos falaram para Kalil Horta não cancelar o certame e negociar com as empresas. A sugestão não foi acatada por ele, que acabou cancelando e realizando outra licitação, vencida por um preço dentro da estimativa inicial da área técnica da Petrobras. Segundo o engenheiro, foram feitas outras licitações a preços muito mais elevados. O depoimento foi dado em 14 de janeiro, em um dos inquéritos da Lava Jato conduzido pela Polícia Federal que apura o esquema de desvios e lavagem de dinheiro que se instalou na Petrobrás.
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