Rodrigo Maia, esquerda espanhola e Foro de SP: o golpe do parlamentarismo em Bolsonaro
Maia criou mecanismos para sequestrar todo o orçamento do Presidente, mas a exposição antecipada de uma aliança com a extrema-esquerda e o Foro de São Paulo abriu chance de o brasileiro reagir e evitar o parlamentarismo branco.
O que Rodrigo Maia foi realmente fazer na Espanha? Essa foi uma das principais perguntas após a Embaixada Espanhola no Brasil vazar a informação de que ele teria ido discutir formas de mudar o sistema político brasileiro — algo que a Lei de Segurança Nacional proíbe.
Graças aos olhares atentos de Radar da Mídia e Senso Incomum sabemos que entre as pautas da reunião estava o parlamentarismo. Mas por quê a Embaixada Espanhola apagou o tuíte que anunciava o tema da discussão? Por quê Maia estava na Espanha, um país de governo socialista, reunido com membros da extrema-esquerda?
O governo espanhol
Como bem informado pelo Estado de Minas (e até pela Carta Capital), o governo socialista espanhol, do partido PSOE, fará uma coalização com a esquerda radical, do Podemos.
No site “PT na Câmara”, um artigo relata políticos brasileiros de esquerda comemorando a formação da coalização. A fala do deputado petista Leonardo Monteiro chama atenção: ele se diz confiante de que, o que se passa na Espanha, virá para o Brasil em breve.
E já sabemos: se o PT gosta, não presta.
Aqui o sentido-aranha explode: um artigo no site internacional El Matinal denuncia a ligação do Podemos (o partido radical espanhol) com o Foro de São Paulo. Esse partido teria servido de extensão para a chega do Foro à Espanha.
O site PD América escreveu artigo reafirmando a ligação da nova coalização espanhola com o Foro de São Paulo e alerta para o perigo de a Espanha ter se tornado um grande player da Esquerda Radical Internacional.
No site oficial do PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol, que governa a Espanha), há artigos desde 2013 citando o Foro de São Paulo. Abaixo, um exemplo onde eles condenam acordos bilaterais, a Aliança do Pacífico, o imperialismo americano e até a tentativa de “golpe” contra Dilma.
Esse é o pessoal que Rodrigo Maia foi conversar.
No site oficial do Foro de São Paulo, um artigo sobre o encontro de 2019 descreve o atual presidente espanhol Pedro Sánchez (PSOE) como o braço responsável para ajudar os bascos e a questão do separatismo da Catalunha.
Os partidos espanhóis já frequentavam as reuniões do Foro de São Paulo desde 2005. Neste artigo da época, a imprensa espanhola reconhece, inclusive, que o Foro acontecia e dominava politicamente a América Latina desde 1990.
Outro artigo da imprensa espanhola, mais recente, também reconhece que o PSOE e o Podemos são membros do Foro de São Paulo.
Como bem apontou o Radar da Mídia, a própria Embaixada Espanhola no Brasil afirmou em seu Twitter que reuniu-se com Rodrigo Maia para discutir sobre parlamentarismo.
Os tuítes publicados pela Embaixada Espanhola e seu embaixador foram apagados depois que repercutiu no Brasil. Por que?
A Espanha também tem fortes laços com a Venezuela, fato que lhe rendeu duras críticas de Donald Trump, que considera aplicar sanções à Espanha por dar suporte à ditadura venezuelana. A pressão irritou o ministro das Relações Exteriores esponhol, Josep Borrell.
A viagem de Rodrigo Maia, porém, não limitou-se à Espanha, tendo indo também à França. Na agenda oficial, consta que a reunião foi para discutir plano de cooperação intermunicipal — indo contra o plano de Bolsonaro de extinguir municípios com menos de 5 mil habitantes para economizar verba.
Maia encontrou-se com Richard Ferrand, outro socialista apoiador de Macron — na verdade, um dos primeiros socialistas que o apoiaram.
Manobras
No fim de 2019, o Congresso executou manobras que permitiram roubar R$ 2 bilhões do Executivo para o Fundo Eleitoral. Rodrigo Maia e David Alcolumbre também aproveitaram para aprovar uma lei inconstitucional que assalta novamente o Executivo e rouba 93% do seu orçamento discricionário. De acordo com a nova lei, o valor de até R$ 46 bilhões passaria a ser controlado pelo Poder Legislativo e distribuído a bel prazer entre deputados e senadores através de “emendas parlamentares”.
Golpe
O plano é tão claro que até Randolfe Rodrigues sabe explicar: Maia quer sequestrar todo o orçamento de Bolsonaro a ponto de não restar dinheiro para fazer algo. Se tentar fazer, vai cair no crime de Responsabilidade Fiscal e sofrer impeachment. É a execução perfeita do parlamentarismo branco.
Carlos Bolsonaro reafirmou que o país está sob risco de sofrer um golpe pelo conluio entre esquerda e Centrão:
Em artigo publicado no O Antagonista, o deputado príncipe federal Luiz Philippe de Orleans e Bragança também explicou como está sendo criado nos bastidores do Congresso o golpe contra Bolsonaro:
[…] Bolaram uma estratégia para enquadrar um possível pedido de impeachment […]. Você primeiro aprova gastos e uma série de despesas no Orçamento, depois priva o Executivo de utilizar parte desse Orçamento. O governo então tem que pedir recursos para o Congresso, que obviamente vai negar. E aí o governo cai na Lei de Responsabilidade Fiscal, porque violou o próprio Orçamento. O Congresso surrupiou 30 bilhões de reais e removeu das contas do Executivo, que já estavam comprometidos com um volume de gastos. Não é um golpe ainda, mas uma tentativa de enquadrar o Executivo numa sinuca.
Parlamentarismo
Com o golpe do parlamentarismo branco executado e com domínio total sobre o orçamento da União, Rodrigo Maia e Alcolumbre têm em mãos poder de $obra para mudar o regime político do país. Com o Parlamentarismo, nas próximas eleições estaria morto o poder do Presidente da República, que passaria a ser apenas uma “rainha da Inglaterra”.
O Congresso também preparou no fim do ano passado, na velocidade da luz, a PEC que vai permitir Maia e Alcolumbre trocarem nosso sistema político, sufocando de vez qualquer chance de reação popular.
Reaja
Vale o lembrete feito por Raphael Chaia: Rodrigo Maia não foi eleito pelo voto, e sim pelo coeficiente eleitoral — assim como 94,7% dos nossos deputados . São safados como ele que, por dependerem de manobras políticas para sobreviver, querem dar o golpe na nossa República e nos calar.
Está em suas mãos fazer algo para salvar seu país.
Archives
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http://archive.ph/VplaF - Na França, Maia trata com Richard Ferrand sobre como evitar extinção de municípios
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http://archive.ph/wip/r2zAw - Randolfe Rodrigues: Mesmo sendo líder da oposição ao governo no Senado, meu partido e eu votaremos a favor do veto do presidente em relação à retirada de 30bi do executivo. O parlamento já executa 51% do orçamento da União, não é adequado aumentar. Isso é, na prática, uma emenda do parlamentarismo!
http://archive.ph/wip/L9RR3 - Carlos Bolsonaro: Sim, a democracia corre perigo. Há uma tentativa de tomar o poder em curso, mas os responsáveis são exatamente os que acusam. Leiam abaixo e lembrem-se da máxima: sempre que as velhas raposas acusam alguém de estar fazendo algo, é porque são eles que estão fazendo e 50 vezes pior.
http://archive.ph/wip/LQ8NH - “Não é um golpe ainda, mas uma tentativa de enquadrar o Executivo numa sinuca”
http://archive.ph/wip/EfMEu - PEC 178/2019: Altera a Constituição Federal para instituir o Sistema Parlamentarista de Governo.
http://archive.ph/wip/lU5jZ - Raphael Rios Chaia: Somente 27 dos 513 deputados foram de fatos escolhidos. Lembre-se disso qdo alguém tentar te vender a narrativa de “ataque à democracia” quando você quiser criticar a atuação dos nossos parlamentares, que trabalham hoje incansavelmente para nos calar.
http://archive.ph/wip/4C20b
Com adaptações, do original de Kim Paim.
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