sexta-feira, 1 de julho de 2016

Seu FGTS também virou sapato de grife



Sabe aquele dinheiro que você tem no Fundo de Garantia?
Não bastasse a martelada no rendimento (menos da metade da inflação), sabe-se agora que essa sua “poupança” forçada também virou sapato de grife.
Em 2015, enquanto a inflação comeu 10,67% do nosso poder de compra, o FGTS foi corrigido em apenas 4,75%.
Pois a força-tarefa da Lava Jato acaba de mostrar ao Brasil mais um dos muitos caminhos  usados há anos pelas organizações criminosas que deitam e rolam nos mais altos escalões da República.Esse caminho passa pelo Fundo de Garantia. A operação Sépsis, deflagrada hoje, seguiu a trilha da delação premiada de um ex-vice-presidente da Caixa Econômica Federal.E prendeu um doleiro famosamente muito amigo do presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha – que já é réu no Supremo em dois processos derivados da Lava Jato. Usurpava-se o dinheiro do FGTS através de um Fundo de Investimento criado em 2007, no segundo mandato do ex-presidente Lula. Por incrível que pareça, é um “fundo do Fundo”, onde quem manda – claro – é a Caixa Econômica Federal.
O delator que levou à operação Sépsis, sr. Fábio Cleto, disse que sempre cumpriu ordens de Eduardo Cunha.
A revista Época informa que a propina recebida por Cunha através de projetos feitos com o dinheiro do FGTS pode ultrapassar R$ 30 milhões.
A mulher de Cunha, Claudia Cruz, é acusada de lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
Há 3 semanas, quando a justiça federal de Curitiba aceitou a denúncia contra ela, o coordenador da força-tarefa da Lava Jato, procurador Deltan Dallagnol, disse que dinheiro público virou sapato e roupa de grife.
Acrescente-se agora dinheiro privado.
Ou melhor: dinheiro público-privado.
Porque o Fundo de Investimento do FGTS está explicitamente autorizado a participar de projetos “sob a forma de parcerias público-privadas”, conforme se lê em sua página oficial.

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