A Olimpíada bate a porta. Exceto uma tragédia, o país será mostrado como nunca antes acontecera.
Pós Olimpíada, o Rio vai bombar, pelas imagens mostradas ao mundo, pela beleza da cidade mais linda de que se tem notícia, pelo calor o homem tropical.
Ontem, com um amigo de natação, fomos ao Complexo do Alemão, sentir as bases, tomar café num boteco da favela.
Uma festa. Apesar de toda a violência, do mundo hostil, o pé-sujo vibrava.
As pessoas faziam festa, todos que adentravam ganhavam registro, se cumprimentavam, se tocavam, resgatavam histórias.
Em termos de vida, sociabilidade, trocas afetivas, nada mais a desejar.
Hoje, com lady Aristi, tomamos café numa lanchonete chic do Leblon.
As famílias chegam teclando seus telefones inteligentes, sequer cumprimentam os funcionários, sentam-se, apontam nos cardápios seus pedidos, sem olhar para cima, sem olhar nem mesmo entre eles.
Quando largam o display, se voltam para a TV. No espaço de 48 minutos, registramos diálogos apenas sobre futebol e cães. Nada mais impessoal, imagino.
No planeta do Alemão, apesar da violência, da pobreza, das condições carentes, a vida pulsando.
No mundo dos bacanas, a incomunicabilidade, a ruptura de pontes, a vida sem pulsão, as bobagens e ego-trip do prefeito, as lutas políticas, a competição desvairada.
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