Brasileiros recebem patente por sistema de distribuição de filmes HD
Com informações do Planeta Coppe - 24/06/2011
A tecnologia inédita de administração e compartilhamento de vídeos é capaz de atender a um número ilimitado de pessoas, simultaneamente, com exibição individualizada. [Imagem: Coppe]
Vídeo HD sob demanda
Assistir vídeos na tela do computador com qualidade de vídeo HD.
Este é o diferencial do GloVe (Global Vídeo Environment), um sistema inovador de distribuição de vídeo digital sob demanda, em grande escala, que já rendeu duas patentes internacionais para a Coppe, ligada à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Desenvolvida pelos pesquisadores do Laboratório de Computação Paralela (LCP), a tecnologia inédita de administração e compartilhamento de vídeos é capaz de atender a um número ilimitado de pessoas, simultaneamente, com exibição individualizada.
Desenvolvido sob a coordenação do professor Cláudio Amorim, o GloVe pode ser instalado tanto em redes locais como na internet.
Tecnologia para distribuição de vídeo
Atualmente, a tecnologia para vídeo sob demanda em grande escala é baseada em solução de hardware.
Já o GloVe inova ao ser uma solução inteiramente criada em software, capaz de reduzir o custo de investimento por cliente, de 100 a 200 vezes, em comparação às soluções disponíveis no mercado.
"É uma excelente alternativa. Além das vantagens técnicas e econômicas, a nossa tecnologia inibe a pirataria, proporcionando maior segurança ao fornecedor de conteúdo," garante Cláudio Amorim.
Para colocar em prática a tecnologia, pesquisadores do Laboratório de Computação Paralela da Coppe, criaram a empresa BrStreams que, em 2006 ingressou na Incubadora de Empresas da instituição.
"Tornamos essa tecnologia um produto que já está disponível. As aplicações do sistema são variadas e os clientes potenciais são as distribuidoras de filmes, as redes de TV que distribuem conteúdo pela internet, ou mesmo as universidades que oferecem cursos de educação à distância", explica Lauro Whately, diretor da BrStreams.
O sistema já foi disponibilizado para o projeto Orla Digital, que oferece acesso gratuito à internet, banda larga, via wi-fi, aos frequentadores das orlas de Copacabana, Ipanema e Leblon.
O GloVe inova ao ser uma solução de distribuição de vídeo inteiramente criada em software. [Imagem: Coppe]
Rede local ou rede mundial
Claudio explica que a proposta é disponibilizar conteúdo de qualidade para o usuário, seja de âmbito cultural, educacional e de entretenimento, com qualidade de imagem idêntica à transmitida pelas emissoras de TV.
O GloVe reduz a quantidade de tráfego gerado na rede de comunicação.
A forma de distribuição do conteúdo é uma das inovações que traz uma série de vantagens para o usuário. No caso de redes locais, por exemplo, um vídeo fica geralmente hospedado no servidor central. Caso o vídeo seja popular e milhares de pessoas acessem tal conteúdo a todo instante, há riscos de lentidão na transmissão ou mesmo de interrupções.
Com o GloVe, esses problemas são praticamente eliminados, porque o sistema recicla o fluxo e redistribui o conteúdo para os usuários.
"Ao acessar o vídeo, ele será transmitido a partir da memória do servidor local, e não mais exclusivamente do servidor central onde se encontra armazenado. A nossa metodologia permite que inúmeros servidores tenham o mesmo conteúdo mantido em suas respectivas memórias, sem ocupar muito espaço, e que o mesmo seja distribuído, de forma orquestrada, sem saturar a capacidade de transmissão. Também se aplica a infra-estrutura de grande escala, como internet, exigindo pouco investimento", explica Lauro.
Patentes
As duas patentes do GloVe foram concedidas pelo escritório de patentes dos EUA (USPTO), em 2009 e 2010.
A equipe do Laboratório de Computação Paralela da Coppe já havia conquistado uma patente internacional, em 2007, também concedida pelo USPTO, para um sistema de relógio global distribuído para clusters de computadores.
No momento, mais três sistemas desenvolvidos no laboratório da Coppe aguardam concessão no INPI e no escritório de patentes dos EUA e da Europa.
Cláudio Amorim chama atenção para o fato de que as três patentes foram concedidas na área de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC). "Uma raridade no Brasil, que ainda está muito distante de países como Japão e EUA, que têm dominado o registro de patentes e a propriedade intelectual neste setor", ressalta o professor.
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