*OBSERVE SUAS MÃOS*
Tema da redação do vestibular do ITA de 1961 foi
*“Minhas mãos”.*
Texto lindo e de muita sensibilidade.
Meu avô, com noventa e tantos anos, sentado no banco do jardim, não se movia.
Estava cabisbaixo, olhando suas mãos. Quando me sentei ao seu lado, nem notou minha presença.
E o tempo passava…
Sem querer incomodá-lo, mas querendo saber como ele estava, lhe perguntei como se sentia.
Levantou sua cabeça, me olhou e sorriu. *‘Estou bem, obrigado por perguntar’*,
disse com uma forte e clara voz.
Expliquei que não queria incomodá-lo, mas queria ter certeza de que estava bem, já que estava sentado, imóvel, simplesmente, olhando para suas mãos.
Então ele me perguntou:
*‘Alguma vez já olhou para suas mãos?* *Quero dizer, realmente olhou para elas? ’*
Lentamente soltei minhas mãos das mãos de meu avô, as abri e as contemplei. Virei as palmas para cima e logo para baixo.
Creio que realmente nunca as havia observado. Queria saber o que meu avô queria me dizer.
Meu avô sorriu e me disse…
*Pare e pense um momento sobre como suas mãos tem te servido através dos anos.*
Estas mãos, ainda que enrugadas, secas e débeis têm sido as ferramentas que usei toda a minha vida *para alcançar, pegar e envolver.*
Elas *puseram comida em minha boca e roupa em meu corpo.*
Quando criança, minha mãe me ensinou a *juntá-las em oração.*
Elas *amarraram os cadarços dos meus sapatos* e me *ajudaram a calçar minhas botas.*
Estiveram *sujas, esfoladas, ásperas, entrelaçadas e dobradas…*
Foram *decoradas com uma aliança* e *mostraram ao mundo que estava casado e que amava alguém* muito especial…
Foram *inábeis quando tentei embalar minha filha recém-nascida…*
*Elas tremeram* quando enterrei meus pais, e quando entrei na igreja com minha filha no dia de seu casamento.
Elas *têm coberto meu rosto, penteado meu cabelo e lavado e limpado todo meu corpo.*
E, até hoje, quando quase nada de mim funciona bem, estas mãos *me ajudam a levantar e a sentar e ainda se juntam para orar.*
Estas mãos *têm as marcas de onde estive e a dureza de minha vida.*
Mas, o mais importante, é que *são estas mãos que Deus tomará nas Suas quando me levar a Sua presença! ’*
Desde então, nunca mais vi minhas mãos da mesma maneira.
Mas lembro quando Deus esticou Suas mãos e tomou as de meu avô e o levou à Sua presença.
*Na verdade, nossas mãos são uma benção.*
Cada vez que uso minhas mãos penso em meu avô, e me pergunto:
*‘Estou fazendo bom uso delas?’*
E sempre que minha consciência responde que *‘estou usando minhas mãos para praticar o bem, para trabalhar honestamente, que as estou usando para dar carinho e amparo a quem necessita’*, sinto-me em paz…
*E agradeço ao Criador por tamanha bênção, esperando que Ele estenda Suas mãos para que, também eu, um dia, possa nelas repousar!*
*A vida acontece no presente, sempre.*
Há *somente o hoje*, *o agora*, e *este é o seu momento com Deus!*
*"Agradeça, por tudo o que tens na vida…*
*E também pelas tuas mãos que, bondosas, ajudam a tornar o HOJE, um dia MELHOR!"*
*Que Deus abençoe o nosso dia!
Nenhum comentário:
Postar um comentário