domingo, 22 de abril de 2018

Meteorito tem diamantes de "planeta perdido" Redação do Site Inovação Tecnológica

Meteorito tem diamantes de "planeta perdido"

Meteorito tem diamantes de
Micrografias dos nanodiamantes encontrados no interior do meteorito 2008 TC3.[Imagem: Farhang Nabiei et al - 10.1038/s41467-018-03808-6]
Diamantes do espaço
Pesquisadores suíços acreditam ter encontrado o primeiro indício para validar a mais antiga teoria sobre a formação da Lua.
Ao estudar um meteorito que caiu no Sudão em 2008, Farhang Nabiei e seus colegas encontraram minúsculos diamantes que só podem ter sido formados nas enormes pressões encontradas nos núcleos dos planetas - o impacto do meteorito não seria capaz de gerar os microdiamantes encontrados.
Isso indica que o meteorito pode ser remanescente de um antigo planeta que foi destruído por colisões nas primeiras eras do Sistema Solar.
O meteorito contém minúsculos diamantes - cerca de 100 micrômetros cada um - encapsulados dentro de minerais ricos em elementos como o cromo e o fósforo. Os cálculos indicam que o asteroide 2008 TC3 tinha cerca de quatro metros de diâmetro, explodindo quando entrou na atmosfera terrestre. Cerca de cinquenta fragmentos, entre um e 10 centímetros, chegaram ao solo do deserto do Sudão, perfazendo cerca de 4,5 kg.
Planeta perdido
Os astrofísicos chamam de Teia (ou Theia) o protoplaneta que teria se chocado com a nascente Terra para formar a Lua, mas existem várias hipóteses que falam de uma população muito maior de planetas no início do Sistema Solar, cujos choques poderiam ajudar a explicar as posições dos planetas atuais, com os gigantes gasosos muito distantes do Sol.
Pelas pressões necessárias para formar os diamantes encontrados no meteorito - mais de 20 gigapascals -, a equipe calcula que esse planeta destruído deveria ter a massa de Mercúrio ou mesmo de Marte.
O meteorito pertence a uma classe conhecida como ureilitos, bastante raros, sendo responsáveis por menos de 1% de todos os meteoritos que chegam à superfície da Terra. Embora se baseiem na análise de apenas uma amostra, a equipe do Instituto Politécnico Federal de Lausanne já defende a generalização de que todos os meteoritos ureilitos sejam oriundos do núcleo do mesmo protoplaneta.
"Este estudo fornece evidências convincentes de que o corpo originário da ureilita era um desses grandes planetas 'perdidos' antes de ser destruído por colisões há 4,5 bilhões de anos," escreveram eles.

Bibliografia:

A large planetary body inferred from diamond inclusions in a ureilite meteorite
Farhang Nabiei, James Badro, Teresa Dennenwaldt, Emad Oveisi, Marco Cantoni, Cécile Hébert, Ahmed El Goresy, Jean-Alix Barrat, Philippe Gillet
Nature Communications
Vol.: 9, Article number: 1327
DOI: 10.1038/s41467-018-03808-6

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