sábado, 31 de outubro de 2015
FOTOS DO SUSPEITO DE ARRASTAR ATÉ A MORTE O POLICIAL MILITAR BRUNO RODRIGUES PEREIRA A Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) identificou um suspeito de ter assassinado o policial militar Bruno Rodrigues Pereira, de 30 anos, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, em setembro. Carlos Henrique da Silva Alves, o “Novinho”, de 19 anos, seria um dos responsáveis pelo crime. Segundo a polícia, ele integra a facção que comanda o tráfico na favela Dom Bosco. Bruno foi torturado antes de ser morto, sendo amarrado a um carro e arrastado pelas ruas da favela. O irmão do Policial prestou depoimento e disse à polícia que Bruno fez contato pela última vez às 23h do domingo. Eles tinham marcado um encontro na Estrada de Madureira, uma importante via de Nova Iguaçu. A partir das 23h30, Bruno não atendeu a ligação do irmão. Quinze minutos depois, o irmão viu o carro de Bruno passar em alta velocidade, com o porta-malas aberto. O irmão suspeita que o corpo de Bruno já estivesse na mala. À meia-noite, quando caminhava para o ponto de encontro, o irmão do policial foi parado por traficantes que jogaram no chão a farda, a pistola e os documentos do PM. Fonte: http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2015/10/policia-identifica-suspeito-de-matar-e-torturar-pm-na-baixada-fluminense.html #DON
PT PRESSIONA: GLOBO NÃO DEMITE WILLIAN WAACK QUE FAZ JORNALISMO DE VERDADE
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Descobertas ondas misteriosas ao redor de estrela
Descobertas ondas misteriosas ao redor de estrela
Com informações do ESO - 27/10/2015
[Imagem: ESO/NASA/ESA]
Ondas cósmicas
Usando imagens do telescópio terrestre VLT, no Chile, e do telescópio espacial Hubble, astrônomos descobriram estruturas nunca antes observadas no interior de um disco de poeira que rodeia uma estrela.
As estruturas, que formam ondas que se deslocam rapidamente no disco da estrela AU Microscopii, não se parecem com nada que tenha já sido observado, ou mesmo previsto pelas teorias.
A estrela AU Microscopii, ou AU Mic, que está a apenas 32 anos-luz de distância da Terra, é jovem e está rodeada por um grande disco de poeira. O disco contém essencialmente asteroides que colidiram tão violentamente que acabaram pulverizados. Estudos de discos como este fornecem pistas valiosas sobre como é que a partir deles podem se formar planetas, um processo que exigiria a reaglutinação das partículas.
"As nossas observações mostraram algo inesperado," explica Anthony Boccaletti do Observatório de Paris, França, autor principal do artigo científico que descreve os resultados. "As imagens do SPHERE mostram um conjunto de estruturas inexplicáveis no disco, em forma de arcos ou ondas, diferentes de tudo o que foi observado até hoje."
Ondas super velozes
As novas imagens mostram cinco arcos em forma de onda a diferentes distâncias da estrela, lembrando pequenas ondas propagando-se numa poça de água.
Após ter descoberto estas estruturas nos dados do SPHERE, a equipe verificou imagens do disco obtidas com o Hubble em anos anteriores para ver se também aí apareceriam tais estruturas.
A equipe não só conseguiu identificar estas estruturas nas imagens mais antigas do Hubble, como também descobriu que elas variam com o tempo. Ou seja, as ondas parecem estar se deslocando, e muito rapidamente.
"Descobrimos assim que os arcos se afastam da estrela a velocidades que vão até aos cerca de 40.000 km/hora," disse Christian Thalmann, membro da equipe.
As estruturas parecem estar se movendo mais depressa nas porções mais distantes da estrela do que mais próximo dela. Pelo menos três ondas estão se deslocando tão depressa que poderão escapar da atração gravitacional da estrela. Tais velocidades tão elevadas excluem a possibilidade de que estas sejam estruturas convencionais no disco causadas por objetos - tais como planetas - que perturbam o material do disco à medida que orbitam a estrela.
Outro fenômeno qualquer deve estar envolvido para que as ondas sejam aceleradas e se desloquem tão depressa, o que significa que estas estruturas são um sinal de algo verdadeiramente incomum. Infelizmente, aqui da Terra o disco é visto de perfil, o que complica a interpretação da sua estrutura tridimensional.
"Uma explicação possível para estas estranhas estruturas tem a ver com as erupções da estrela. A AU Mic é uma estrela com uma alta atividade de erupções - lançando frequentemente enormes quantidades de energia da sua superfície ou perto dela," explica Glenn Schneider, outro membro da equipe. "Uma destas erupções poderia ter dado origem a algum fenômeno em um dos planetas - se houver planetas no sistema - como um violento arrancar de matéria que poderia agora estar se propagando ao longo do disco, impulsionada pela força da erupção."
Bibliografia:
Fast-Moving Structures in the Debris Disk Around AU Microscopii
Anthony Boccaletti et al.
Nature
Vol.: 526, 230-232
DOI: 10.1038/nature15705
Fast-Moving Structures in the Debris Disk Around AU Microscopii
Anthony Boccaletti et al.
Nature
Vol.: 526, 230-232
DOI: 10.1038/nature15705
Transição para economia de baixo carbono custaria US$3 trilhões anuais
Transição para economia de baixo carbono custaria US$3 trilhões anuais
Com informações da Agência Brasil - 28/10/2015
O investimento necessário para a transição para uma economia global de baixo carbono é de US$ 3 trilhões por ano, sendo US$ 1 trilhão apenas no setor de energia.
A estimativa foi feita por estudiosos do clima de todo o mundo e apresentada durante o seminário Rio Clima 2015, que teve nesta terceira edição o temaTransição para economias de baixo carbono.
O evento, cujos debates foram fechados ao público, é preparatório para a Conferência do Clima das Nações Unidas (COP 21), que ocorrerá de 30 de novembro a 11 de dezembro, em Paris. Participaram do encontro especialistas do Brasil, França e Estados Unidos.
Investimentos em energia limpa
O representante do Climate Reality Project, Ken Berlin, afirmou que, no ano passado, foram investidos US$ 270 bilhões em energias renováveis, o que não é suficiente para fazer a diferença necessária na geração de energia limpa. Para ele, trata-se de um número muito grande, mas que acrescentou apenas 6% na geração de energias renováveis.
"Isso não é suficiente. Os estudos recomendam o investimento de US$ 500 bilhões por ano até 2020 e US$ 1 trilhão até 2030. Estamos falando de um investimento muito grande para substituir de verdade os combustíveis fósseis por um sistema de energia com fontes renováveis", acrescentou.
O Climate Reality é uma organização do ex-vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore, um dos principais ativistas da mitigação dos efeitos das mudanças climáticas no mundo.
Moeda do clima
Durante o seminário, a delegação francesa apresentou o mecanismo de precificação positiva do carbono, que reconhece o valor social e econômico proporcionado pela redução das emissões do gás (carbono) e visa canalizar recursos do sistema financeiro para projetos ambientais.
De acordo com o diretor-executivo do Centro Brasil no Clima, Alfredo Sirkis, a ideia é que as discussões sobre a criação da chamada "moeda do clima" comecem na COP 21. Ele explica que 40 países já têm alguma iniciativa nesse sentido: "É uma forma de você ajudar nessa transição para a economia de baixo carbono, porque você está assumindo aquilo que se chama de externalidade, ou seja, as consequências externas onerosas da poluição, que quase nunca são calculados".
Segundo Sirkis, não faz parte do preço do carvão, por exemplo, a análise das doenças respiratórias que ele provoca e a quantidade de internações hospitalares e o ônus que isso representa para o sistema de saúde pública. Ele ressalta ainda que "a partir do momento que você começa a taxar o carbono, você está levando em conta essas externalidades".
Segundo ele, as atuais discussões sobre os investimentos na transição para a economia de baixo carbono estão em torno de US$ 100 bilhões. "US$ 1 trilhão seria para energia e outros US$ 2 trilhões para o conjunto de infraestrutura, estamos falando do planeta como um todo, o conjunto de países. De qualquer maneira, isso é muito, muito, muito acima do que as cifras que são discutidas nas reuniões de convenções do clima. A grande discussão é como é que vai chegar a US$ 100 bilhões em 2020 lá no Fundo Verde do Clima. US$ 100 bilhões é quase nada perto do que realmente é necessário".
Descoberto novo componente da Via Láctea
Descoberto novo componente da Via Láctea
Com informações do ESO - 29/10/2015
Este diagrama mostra a localização das Cefeidas recentemente descobertas numa impressão artística da Via Láctea. [Imagem: ESO/Microsoft Worldwide Telescope]
Cefeidas
Astrônomos descobriram um componente anteriormente desconhecido da Via Láctea.
Ao mapear a localização de uma classe de estrelas de brilho variável, chamadas Cefeidas, eles descobriram um disco de estrelas jovens no bojo central da galáxia, onde só se acreditava haver estrelas muito antigas.
O tempo que uma Cefeida leva para tornar-se muito brilhante e depois desvanecer outra vez é maior para as estrelas que são mais brilhantes e menor para as que são mais fracas. Esta relação precisa, descoberta em 1908 pela astrônoma norte-americana Henrietta Swan Leavitt, torna esses corpos celestes um dos meios mais eficazes para medir distâncias cósmicas e mapear as posições de objetos distantes na Via Láctea e além dela.
Isso inclui também calcular a idade do Universo.
No entanto, há um senão: as Cefeidas não são todas iguais, sendo conhecidas duas classes diferentes, uma muito mais jovem que a outra.
Da amostra de 655 objetos observados, a equipe identificou 35 estrelas pertencentes ao subgrupo das Cefeidas clássicas, estrelas brilhantes e jovens, muito diferentes das mais velhas normalmente residentes no bojo central da Via Láctea.
"As 35 Cefeidas clássicas descobertas têm menos de 100 milhões de anos de idade. As Cefeidas mais jovens podem mesmo ter apenas cerca de 25 milhões de anos, embora não possamos excluir a presença de Cefeidas ainda mais jovens e brilhantes," explica Dante Minniti, da Universidade Andres Bello, no Chile.
As idades destas Cefeidas clássicas fornecem evidências sólidas de que tem havido um reabastecimento contínuo, não confirmado anteriormente, de estrelas recém-formadas na região central da Via Láctea nos últimos 100 milhões de anos.
Nova componente galáctica
Esta não foi, no entanto, a única descoberta notável feita a partir dos novos dados.
Ao mapear as Cefeidas descobertas, a equipe traçou uma estrutura completamente nova na Via Láctea - um disco fino de estrelas jovens que se estende ao longo do bojo galáctico.
Esta nova componente da nossa Galáxia tinha permanecido desconhecida e invisível em rastreios anteriores, uma vez que está enterrada por trás de espessas nuvens de poeira. O telescópio VISTA, usado neste rastreio, foi concebido justamente concebido para estudar as estruturas profundas da Via Láctea através de imagens de grande angular de alta resolução nos comprimentos de onda do infravermelho, conseguindo enxergar através dessa poeira.
Agora serão necessários novos estudos para determinar se estas estrelas jovens nasceram próximo do local onde se encontram atualmente ou se tiveram origem noutro local e migraram para o centro da galáxia.
Bibliografia:
The VVV Survey reveals classical Cepheids tracing a young and thin stellar disk across the Galaxy's bulge
I. Dékány, D. Minniti, D. Majaess, M. Zoccali, G. Hajdu, J. Alonso-García, M. Catelan, W. Gieren, J. Borissova
DOI: 10.1088/2041-8205/812/2/L29
http://arxiv.org/abs/1509.08402
The VVV Survey reveals classical Cepheids tracing a young and thin stellar disk across the Galaxy's bulge
I. Dékány, D. Minniti, D. Majaess, M. Zoccali, G. Hajdu, J. Alonso-García, M. Catelan, W. Gieren, J. Borissova
DOI: 10.1088/2041-8205/812/2/L29
http://arxiv.org/abs/1509.08402
Cassini mergulha em gêiser emitido por lua de Saturno
Cassini mergulha em gêiser emitido por lua de Saturno
Redação do Site Inovação Tecnológica - 28/10/2015
Acredita-se que as plumas originem-se de um oceano global, abaixo da superfície gelada de Encélado - a ilustração não está em escala, não seguindo as dimensões prováveis de cada camada. [Imagem: NASA/JPL-Caltech]
Mergulho no gêiser espacial
Na tarde desta quarta-feira, a sonda espacial Cassini dará um mergulho radical rumo à luaEncélado de Saturno.
Passando a apenas 49 km da superfície, essa aproximação colocará a sonda praticamente no meio de um dos jatos de spraygelado - uma espécie de gêiser - emitido pela enigmática e promissora lua.
O jato de "vapor" emitido por Encélado é tão forte que faz chover em Saturno. E os dados obtidos até agora indicam queEncélado pode ter um oceano salgado global, abaixo de sua crosta gelada, o que poderia explicar os gêiseres.
Mais informações deverão ser coletadas agora, no rasante mais radical já feito sobre Encélado, que marcará também um dos momentos finais da Cassini, que estuda o sistema de Saturno desde 2004. Depois ela fará mais duas passagens, uma a 5.000 km e outra a 22.000 km de altitude.
O combustível da sonda espacial deverá se esgotar em 2017, quando ela será então direcionada para mergulhar em Saturno, sendo destruída.
A equipe da Cassini levará semanas, e até meses, para analisar os dados coletados na tarde de hoje - o mergulho deverá ocorrer por volta das 13h00, no horário de Brasília -, mas uma série de informações liberadas pela NASA mostram exatamente do que se trata esse rasante e o que se pode esperar dele.
Será a primeira vez que a sonda voará diretamente nas plumas de spray gelado emitidas por Encélado. [Imagem: NASA/JPL-Caltech]
Fatos importantes sobre o rasante da Cassini em Encélado
- Encélado é uma lua gelada de Saturno. No início de sua missão, a Cassini descobriu que Encélado tem uma atividade geológica impressionante, incluindo uma pluma de gelo, vapor de água e moléculas orgânicas, pulverizadas a partir de sua região polar sul. Os dados da Cassini também indicam que a lua pode ter um oceano global e uma provável atividade hidrotermal, o que significa que poderia haver lá os ingredientes necessários para manter formas simples de vida.
- O rasante será o mais profundo mergulho da Cassini através da pluma de Encélado, que se acredita originar-se do oceano abaixo da sua superfície. A sonda espacial já voou mais perto da superfície de Encélado antes, mas nunca diretamente através da pluma ativa.
- O sobrevoo não se destina a detectar vida, mas irá fornecer novas informações importantes sobre a eventual habitabilidade do oceano para formas de vida simples.
- A equipe da Cassini está esperançosa com a obtenção de dados sobre alguma atividade hidrotermal - ou seja, química envolvendo rochas e água quente - que esteja ocorrendo dentro de Encélado. Esta atividade pode ter importantes implicações para a habitabilidade do oceano por formas de vida simples. A informação crítica para isso seria a detecção de hidrogênio molecular.
- A equipe também espera compreender melhor a química da pluma. A baixa altitude do sobrevoo destina-se justamente a colocar os instrumentos da Cassini em contato com uma área mais densa, com moléculas mais pesadas e mais maciças, incluindo moléculas orgânicas, que já foram observadas em baixas concentrações a altitudes mais altas.
- O sobrevoo vai esclarecer também se a pluma é composta por jatos individuais, que se elevam como colunas, ou por uma espécie de cortina, com jatos sinuosos - ou uma combinação de ambos. A resposta pode tornar mais claro como o material chega à superfície vinda do potencial oceano abaixo.
- E a medição crucial consistirá na mensuração da quantidade de material gelado expelido para o espaço, uma vez que a quantidade de material tem importantes implicações sobre a atividade que ocorre em Encélado.
Oxigênio no cometa desafia teorias da formação do Sistema Solar
Oxigênio no cometa desafia teorias da formação do Sistema Solar
Com informações da ESA - 30/10/2015
Ninguém espera encontrar o reativo O2 sendo liberado pelo cometa - ainda mais em grandes quantidades. [Imagem: ESA]
Oxigênio molecular
A sonda espacial Rosetta detectou oxigênio molecular (O2) sendo liberado pelo cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko, o qual ela orbita desde Agosto do ano passado.
A observação é surpreendente e totalmente inesperada, sugerindo que o oxigênio foi incorporado no cometa durante a sua formação.
O oxigênio é o terceiro elemento mais abundante do Universo, mas a versão molecular mais simples do gás, o O2, é muito difícil de ser encontrada isoladamente, mesmo em nuvens de formação de estrelas, porque ele é altamente reativo, tendendo a se juntar a outros átomos e moléculas.
Por exemplo, os átomos de oxigênio podem combinar-se com átomos de hidrogênio em grãos de poeira finos para formar água, ou um átomo de oxigênio pode separar-se da molécula pela ação da radiação ultravioleta, recombinando-se com outra molécula para formar ozônio (O3).
Oxigênio cósmico
Apesar de já ter sido detectado nas luas geladas de Júpiter e Saturno, o O2ainda não fazia parte das espécies voláteis até agora associadas aos cometas. A sonda Rosetta já detectou uma abundância de diferentes gases saindo do núcleo do 67P, incluindo monóxido de carbono e dióxido de carbono, os mais abundantes, além de uma grande variedade de outras substâncias ricas em nitrogênio, enxofre ou carbono, e até gases nobres.
A quantidade de oxigênio molecular detectada mostra uma forte relação com a quantidade de água liberada pelo cometa, sugerindo que a origem e o mecanismo de liberação dos dois estão relacionados. Ao contrário, a quantidade de O2 detectada mostra pouca relação com o monóxido de carbono e com o nitrogênio molecular, apesar de terem uma volatilidade semelhante ao O2. Além disso, não foi detectado ozônio.
"Não esperávamos detectar O2 no cometa - e em tamanha abundância - porque ele é quimicamente muito reativo, por isso foi uma grande surpresa," comentou Kathrin Altwegg, da Universidade de Berna, na Suíça, e pesquisadora principal do instrumento ROSINA (Rosetta Orbiter Spectrometer for Ion and Neutral Analysis), que vem detectando o "cheiro" do cometa desde o início da missão.
"Foi também uma surpresa porque não há muitos exemplos de detecção de O2interestelar. Assim, apesar de este ter sido incorporado no cometa durante a sua formação, isto não é facilmente explicável pelos atuais modelos de formação do Sistema Solar," completou.
A forte correlação entre o oxigênio molecular e o vapor de água indicam uma origem e um mecanismo de liberação comuns. [Imagem: A. Bieler et al.]
Desafio às teorias
A equipe aventou várias possibilidades para explicar a presença e a abundância de O2 no cometa.
Em um dos cenários, o O2 gasoso teria primeiro sido incorporado no gelo de água, na fase da nebulosa protossolar do nosso Sistema Solar. Os modelos químicos dos discos protoplanetários preveem que grandes quantidades de O2gasoso poderiam estar disponíveis na zona de formação de cometas, mas seria necessário que ocorresse um resfriamento rápido, de temperaturas acima dos -173ºC para menos de -243ºC, para que se formasse água gelada, com o O2preso em grãos de poeira. Os grãos teriam depois de ter sido incorporados no cometa sem que a sua composição fosse alterada.
"Outra possibilidade inclui a formação do Sistema Solar numa parte estranhamente quente de uma densa nuvem molecular, a temperaturas 10-20ºC acima dos típicos -263ºC esperados para este gênero de nuvens," diz Ewine van Dishoeck, do Observatório de Leiden, na Holanda. "Isto continua a ser consistente com as estimativas para a formação do cometa na nebulosa solar exterior, e ainda com descobertas anteriores feitas no cometa, referentes à baixa quantidade de N2."
Em outra hipótese aventada, a radiólise - dissociação de moléculas por radiação - dos grãos de gelo poderia ter acontecido antes da acreção do cometa, formando um corpo maior. Neste caso, o O2 permaneceria preso nos espaços livres do gelo nos grãos enquanto o hidrogênio escapava, o que evitaria a formação de mais água, o que resultaria em um aumento do nível de O2 no gelo sólido. A incorporação destes grãos de gelo no núcleo poderia explicar a forte correlação com o H2O observado no cometa.
"Independentemente da forma como ocorreu, o O2 também foi de alguma forma protegido durante a fase da acreção do cometa: isto deve ter acontecido de forma suave, evitando que o O2 fosse destruído por reações químicas posteriores," acrescentou Kathrin Altwegg.
"Este é um resultado intrigante, para quem estuda os cometas, mas também para a restante da comunidade [astronômica e astrofísica], com possíveis implicações para o nosso modelo de evolução do Sistema Solar," disse Matt Taylor, cientista da Agência Espacial Europeia (ESA) para a Rosetta.
Bibliografia:
Abundant molecular oxygen in the coma of 67P/Churyumov-Gerasimenko
A. Bieler, K. Altwegg, H. Balsiger, A. Bar-Nun, J.-J. Berthelier, P. Bochsler, C. Briois, U. Calmonte, M. Combi, J. De Keyser, E. F. van Dishoeck, B. Fiethe, S. A. Fuselier, S. Gasc, T. I. Gombosi, K. C. Hansen, M. Hässig, A. Jäckel, E. Kopp, A. Korth, L. Le Roy, U. Mall, R. Maggiolo, B. Marty, O. Mousis, T. Owen, H. Rème, M. Rubin, T. Sémon, C.-Y. Tzou, J. H. Waite, C. Walsh, P. Wurz
Nature
Vol.: 526, 678-681
DOI: 10.1038/nature15707
Abundant molecular oxygen in the coma of 67P/Churyumov-Gerasimenko
A. Bieler, K. Altwegg, H. Balsiger, A. Bar-Nun, J.-J. Berthelier, P. Bochsler, C. Briois, U. Calmonte, M. Combi, J. De Keyser, E. F. van Dishoeck, B. Fiethe, S. A. Fuselier, S. Gasc, T. I. Gombosi, K. C. Hansen, M. Hässig, A. Jäckel, E. Kopp, A. Korth, L. Le Roy, U. Mall, R. Maggiolo, B. Marty, O. Mousis, T. Owen, H. Rème, M. Rubin, T. Sémon, C.-Y. Tzou, J. H. Waite, C. Walsh, P. Wurz
Nature
Vol.: 526, 678-681
DOI: 10.1038/nature15707
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