Déficit da balança comercial salta quase 50% em um ano
Resultado negativo soma US$ 6,7 bilhões em 2014, contra -US$ 4,6 bilhões no mesmo período de 2013
24 de fevereiro de 2014 | 15h 25
Renata Veríssimo - Agência Estado
BRASÍLIA - Após mais um resultado semanal negativo, o déficit da balança comercial saltou para US$ 6,7 bilhões em 2014, uma alta de 46% ante os -US$ 4,6 bilhões do mesmo período de 2013. O saldo atual é resultado de exportações de US$ 26,9 bilhões e importações de US$ 33,6 bilhões.
Na terceira semana de fevereiro, a balança registrou déficit de US$ 646 milhões, elevando o saldo negativo do mês para US$ 2,7 bilhões.
O resultado ruim da balança comercial brasileira neste início de ano pode ser explicado pela queda da média diária das exportações e o aumento das importações. Com 37 dias úteis, 6 dias a mais que no mesmo período de 2013, as vendas externas registram uma média diária de US$ 727,2 milhões, retração de 3,7% em relação ao mesmo período do ano passado.
No entanto, em valores absolutos, as exportações somam US$ 26,9 bilhões no acumulado de 2014, 14,9% maior que os US$ 23,4 bilhões de 2013.
Já nas importações, a média diária ficou em US$ 909,5 milhões no acumulado desse ano, 0,6% a mais que no mesmo período do 2013. As compras brasileiras no exterior totalizam US$ 33,6 bilhões no acumulado de 2014, ante US$ 28 bilhões em 2013.
Mês fraco. No acumulado de fevereiro, as exportações tem média diária de US$ 725,3 milhões, queda de 16% em relação ao mesmo período de 2013. Há recuo nas três categorias de produtos. Os embarques de itens básicos registram retração de 20,4%, por conta, principalmente, de milho em grão, petróleo em bruto, farelo de soja, fumo em folhas, carne de frango e suína, e minério de ferro.
As exportações de semimanufaturados caem 16,8% puxadas por ouro em forma semimanufaturada, celulose, semimanufaturados de ferro e aço, açúcar em bruto e ferro fundido. Já as vendas externas de manufaturados apresentam queda de 14,2%, por conta de açúcar refinado, automóveis de passageiros, óxidos e hidróxidos de alumínio, autopeças, veículos de carga, motores para veículos e partes e pneumáticos.
Já nas importações, a média diária até a terceira semana de fevereiro ficou em US$ 904,5 milhões, 3,3% abaixo da média de fevereiro de 2013. Nesse comparativo, caíram as compras brasileiras no exterior, principalmente, de adubos e fertilizantes (-45,8%), equipamentos mecânicos (-11,8%), borracha e obras (-10,5%), veículos automóveis e partes (-9,8%), farmacêuticos (-6,7%), siderúrgicos (-6,1%) e químicos orgânicos/inorgânicos (-5,8%).
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