terça-feira, 2 de junho de 2020

CLOROQUINA Por Manuela Silveira

Por Manuela Silveira

A primeira vez que eu ouvi sobre o uso da Cloroquina/Hidroxicloroquina para o tratamento do vírus chinês, de imediato eu falei “Se fosse em minha mãe eu não deixava dar”

Eu sou apaixonada pela medicina baseada em evidências. Meus colegas sabem bem que a cardiologia, minha especialidade, é conduzida por trabalhos científicos, trabalhos estes que permitiram que um paciente com insuficiência cardíaca grave, que no passado tinha 6 meses de sobrevida, hoje consegue viver bem e por muitos anos se ele tiver acesso a toda terapêutica, obviamente.

Um bom médico deve estar sempre estudando muito e deve sempre associar o seu conhecimento à sua própria experiência do mundo real. Por que mundo real? Porque nem sempre os pacientes que nós temos no dia a dia tem as mesmas características do paciente bonitinho e super bem cuidado do mundo dos trabalhos científicos. O maior erro de alguns médicos é querer colocar o resultado de um estudo científico num paciente com características e quadro clínico diferente do que foi testado no referido artigo.

Enfim, como eu disse antes, para ser um bom médico vc precisa estudar muito e adquirir muita experiência. Eu ainda acrescento a minha famosa frase: se fosse na minha mãe ou minha filha, eu faria desse jeito?
Eu repito isso em toda a conduta que eu tenha que tomar e vcs não sabem como isso tem o potencial para me proteger e proteger os pacientes. Uma vez eu estava num procedimento, já exausta e depois que implantei um stent ficou uma imagem estranha. Meu cérebro já cansado só tentava me dizer que estava bom e que dava pra parar ali. Eu quase parei. O cansaço sabota a gente. Aí vem a frase: espera, se fosse na minha mãe eu deixaria assim? Resposta: não. Aí eu fiz os ajustes e ficou realmente lindo. Saí agradecendo por ter persistido.

Bem, voltando à cloroquina, eu realmente me assustei no primeiro momento justamente porque não tinha comprovação científica e nem tempo suficiente para se ter alguma conclusão

Mas, mesmo sendo contra inicialmente, fui ler e entender o que estava acontecendo. Foi aí que eu comecei a mudar. Falei pra mim mesma “espera aí, calma! Não estão falando de nenhuma droga nova. Já conhecemos seus efeitos colaterais e suas interações medicamentosas. Não é nenhuma novidade e os efeitos colaterais são raros e, quando ocorrem, são num cenário de uso PROLONGADO”. Ou seja, a minha histeria inicial não me deixou enxergar o óbvio.

Assim, no primeiro momento eu pensei: bem, estamos diante de uma doença nova sem tratamento específico em que alguns serviços estão dando uma medicação já conhecida e cujo possível benefício supera totalmente o risco. Concluí logo que vale a pena usar, mas de início não porque eu acreditasse na droga, mas porque o risco era desprezível na dose e no tempo de tratamento

Depois comecei a ler sobre as pessoas e os serviços que estavam advogando o uso da medicação. Não são charlatães , tipo o pseudo phd que previu 1 milhão de mortes no Brasil e que tem sido ouvido até por ministro do STbosta. São cientistas sérios, com inúmeros trabalhos publicados pelo mundo. Fui ler e entender os protocolos dos serviços, o porquê dos resultados desfavoráveis no início e os motivos que levaram à indicação nas fases mais precoces da doença. Fui buscar resultados do mundo real. É impossível qualquer pessoa, que seja intelectualmente honesta, desprezar a prática clínica dessas pessoas.

Lembrei quantas vezes,ao longo desses 23 anos de medicina, eu peguei pacientes sem ter noção do diagnóstico inicial e sem tempo hábil para tal, e tive que usar drogas muito mais arriscadas como teste terapêutico. É tratar ou morrer. Depois a gente busca os trabalhos científicos. Digo a vcs com a maior sinceridade do mundo, nunca me arrependi. Sabe quanto de processo eu levei por isso? zero.

Pois é! Hoje eu digo para vcs: “se fosse na minha mãe, eu daria”. Querem saber mais? Pois há 2 semanas, eu mesma prescrevi para ela
Minha mãe tem 72 anos, hipertensa com disglicemia. 60 dias sem sair de casa. Dispensou até a diarista. Ela limpa a casa e os produtos do mercado mais de 10 vezes ao dia. É daquelas pessoas que dorme com um borrifador de álcool a 70% de um lado e outro com água sanitária diluída do outro. Assiste a desgraça do JN e faz tudo o que aquele corno do Bonner manda ( não me julguem, minha mãe é a única pessoa que eu não posso ir mandar tomar no cu).
Amanheceu com dor de garganta, coriza, calafrios, perda do paladar e sensação de dor no corpo. Em 2 horas ela já estava tomando  ivermectina, Hidroxicloroquina e azitromicina, além das vitaminas que ela já toma.
48 horas não tinha mais febre e no terceiro dia já estava fazendo faxina na casa de novo🤦‍♀️. Se não tivesse melhorado ia entrar com o anticoagulante.

Foi covid? Não faço a menor idéia. Em época de pandemia opto por fazer o teste terapêutico logo e depois eu vejo o que foi. Essa semana faremos o exame. E se der negativo e ela tiver sintomas de novo, vai usar tudinho da mesma forma.
Ninguém vai me convencer que é normal, diante desse cenário, um médico simplesmente mandar o paciente sintomático ficar em casa sem tomar absolutamente nada aguardando um jogo de loteria, sem saber quem vai melhorar espontâneamente e quem vai se ferrar. Essa medicina não é pra mim não.

PS.: se vier algum retardado, que nem sabe ler um eletrocardiograma direito, falar em alargamento de QT com 5 dias de hidroxicloroquina para uma cardiologista, já estou mandando ir tomar no cu preventivamente.

4 comentários:

  1. Bonner deixou Fátima Bernardes porque se apaixonou pela fisioterapeuta dele, com quem está casado.
    Fátima demorou a se recuperar, mas agora parece estar feliz, embora tenha chamado Túlio de William em live na TV.

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  2. O que diz a OMS? Estão macomunados com o Min. Da Saúde do Brasil? Ou lá não são assessorados por profissionais de respeito mundial. Bom senso é diferente de senso comum. A discussão enriquece e o divergente tem de ser ouvido. Xingamentos são o artifício dos sem argumentos um um estágio anterior à agressão física. Gostaria de saber dos estudos feitos com as medicações citadas e seu acompanhamento a longo prazo.

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