segunda-feira, 29 de maio de 2017

Não são apenas animais não-humanos que sofrem na indústria da carne

Não são apenas animais não-humanos que sofrem na indústria da carne
Não são apenas animais-não humanos que sofrem terrivelmente na indústria da carne; no Brasil, os trabalhadores de frigoríficos também são vítimas de inúmeras doenças geradas ou agravadas pelos desumanos processos de produção dessas empresas.

Além de psicologicamente desgastante, o trabalho na linha de produção na indústria de carnes e demais produtos de origem animal causa inúmeros danos à saúde física de trabalhadores. E, infelizmente, as maiores empresas do ramo frigorífico do Brasil ainda obtém lucro adicional os privando de seus direitos trabalhistas.

De acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), praticamente todos os grandes frigoríficos brasileiros já foram multados por omitirem acidentes de trabalho graves e afastamentos por invalidez. A lógica da omissão é simples: como o impacto dessas multas no orçamento milionário dessas empresas é praticamente nulo, elas preferem ser autuadas a adequar sua linha de produção para que pessoas não sejam feridas. Afinal, numa indústria que depende da mais cruel exploração, o lucro é sempre mais importante do que direitos.

Essas empresas reconhecem apenas os casos mais graves, quando o trabalhador é obrigado a ficar afastado e passa a receber os benefícios do INSS. Contudo, nem mesmo esses afastamentos mudam a causa do problema:“Após o término do atestado, o trabalhador retorna ao trabalho e novamente é obrigado a se expor às mesmas condições anteriores,” explica Renata Matsumoto, auditoria fiscal do trabalho em São Paulo, especializada em ergonomia.


Assim como acontece com os animais explorados para consumo, quando o trabalhador está totalmente desgastado, com sua saúde debilitada pela própria empresa, é demitido sem nenhum tipo de auxílio, a menos que o médico do INSS reconheça a culpa da empresa. Neste caso, ela fica impedida de demiti-lo durante um ano, e é justamente por isso que as mesmas omitem acidentes de trabalho e ficam livres para descartar funcionários “gastos” – da mesma forma que descartam os animais explorados.

Ao deixar de comunicar ao governo casos de empregados que adoecem em função do trabalho, as empresas também economizam um valor obrigatório para cobrir aposentadorias especiais e benefícios decorrentes de acidentes de trabalho, deixando o prejuízo para a Previdência.

É desta forma que as grandes empresas do ramo frigorífico seguem lucrando no Brasil: responsáveis pelo abuso de trabalhadores, tortura de animais e degradação ambiental, sem jamais ter que pagar pelos danos que causam.

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(texto baseado em investigação da Reporter Brasil)

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