Tarcísio Meira e Glória Menezes fizeram 52 anos de união consolidada. Lindo, não?
Não se largam, vivem grudados, a ternura é permanente; cinco décadas de absoluta fidelidade conjugal, juram os amigos, e os dois demonstram numa comunhão fraterna invejável.
Com todo esse tempo, cinco décadas não promovem mistério, e o mistério é a vitamina do desejo, certamente são grandes amigos, quase irmãos, quanto a isso parece não haver dúvida.
A miséria é que quando a amizade, o companheirismo, tomam o lugar do maldito e indecifrável desejo, fazer amor é quase incesto.
Não é o caso do apaixonado casal, podemos apostar.
O diabo é ser o desejo tecido pelos fios obscuros da fantasia, que desobedecem à amizade, às juras eternas de fidelidade, às juras de amor.
Na existência das espécies, e não menos da nossa, a variedade é o encanto das trocas amorosas - Shakespeare já disse coisa parecida - é o fermento incontrolável da libido.
Que o casal é lindo, inquestionável.
E, no entanto, toda toalha de seda - aqui entra o Bruxo do Cosme Velho - por mais fina sua procedência chinesa, tem sempre sua franja, escondida, claro, de algodão barato.
Revisitando – 27/07/2015
Nenhum comentário:
Postar um comentário