Posso reconhecer que sou refém do mundo, mas não necessariamente de datas.
Dia 29 último, fez 108 anos que Machado nos deu Adeus. Dessa miséria, não tê-lo cohecido, não há perdão.
Morreu pobre, sem Carolina - a partir dela conheceu e amou todas as mulheres do mundo, desaparecera quatro anos antes -, penalizado pelos ataques de epilepsia, já praticamente não comia, o câncer o impedia, mas deixou um legado para o mundo, muito além do Brasil.
"Deus, disse um de seus personagens - até porque, pessoalmente Machado era contido, recatado - para felicidade do homem, inventou a fé e o amor. O Diabo, invejoso, fez confundir fé com religião e amor com casamento".
Disse mais, sempre os seus personagens; "Creia em sim, mas não duvide sempre dos outros".
Machado é uma dependência química às almas sensíveis, até porque foi muito além de um escritor. Com bisturi sensível, examinou, e conheceu, como poucos, a alma humana.
"Não é amigo aquele que alardeia a amizadde, é traficante; a amizade sente-se, não se diz."
Ah, doce Machado, uma miséria ter nascido em século errado...
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